O Estado de Israel e o Mundo Árabe no Processo de Descolonização

 

O Que Representou o Movimento Sionista? Quais Eram os Interesses dos EUA e da URRSS na Construção de Um Estado Judeu? Qual Era a Importância do canal de Suez no Processo de Descolonização?

 

 

 

judaismo-1Desde a Antiguidade os judeus viviam dispersos pelo mundo: _ era a Diáspora. E em fins do século XIX, a reativação do antissemitismo implicou limitações aos direitos de cidadania e atos de violência física contra eles. Por isso, Theodore Herzl (jornalista austríaco) defendeu o Sionismo (de Sion, uma colina de Jerusalém) pregando a emigração maciça dos judeus para a Palestina, a fim de criar um Estado Judeu (1896).

A emigração para a Palestina resultou em conflitos com as populações que ali viviam e, desde 1882, fora organizado o primeiro “kibutz”: _ comunidade agrária baseada no coletivismo. A multiplicação dessas comunidades resultou na expulsão dos antigos camponeses nativos (palestinos), daí os conflitos ocorridos.

Com a 1ª Guerra o movimento sionista ganhou força quando o governo inglês buscou apoio de banqueiros judeus. Foi prometida ajuda britânica para a criação de um “Lar Nacional Judeu na Palestina” (1917). Ao término da 1ª Guerra a Palestina ficou sob mandato inglês, tendo crescido a chegada de judeus à Palestina, devido:

  • À fundação da Agência Judaica com o objetivo de coletar recursos para financiar a emigração judaica e a compra de terras para a instalação de novos “kibutzim”.
  • À ascensão do nazismo na Alemanha e à proclamação do terceiro Reich, que tinha a perseguição aos judeus como prática prioritária.

A população judaica crescia rapidamente na Palestina e passou a contar com uma organização militar que serviu de base ao posterior exército de Israel. Durante a 2ª Guerra Mundial, com a ocupação de grande parte da Europa pelos nazistas, a perseguição aos judeus foi intensificada.

coexistencia-pacificaO interesse dos EUA e da URSS em afastar a presença do colonialismo anglo-francês do Oriente Médio explica a resolução aprovada na ONU pondo fim ao mandato inglês na Palestina. Aprovou-se a criação de uma zona neutra em Jerusalém e a divisão do país em dois Estados: _ um árabe e outro judeu (1947).

Os ingleses se retiraram da Palestina em maio de 1948 e, no mesmo dia, foi proclamada a criação do Estado de Israel. A 1ª Guerra de Independência de Israel (1948/49) opôs Israel à Liga Árabe, a qual reunia Egito, Iraque, Síria, Líbano e Jordânia que se propunha à libertação da Palestina usurpada pelos judeus e, usando armamentos franco-ingleses, os judeus foram vitoriosos.

Novo conflito ocorreu com a Guerra do Suez (1956), opondo Israel, França e Inglaterra ao Egito, pois desde 1952 o Egito vivia sob o domínio do coronel Gamal Nasser que defendia ideias árabes nacionalistas e reformistas. Em consequência disso, o governo Nasser decretou a nacionalização do canal de Suez e fechou o porto no golfo de Acaba, cortando o acesso dos israelenses ao Mar Vermelho. Essas medidas provocaram o tríplice ataque franco-israelense, somente paralisado com a ameaça da URSS em usar seu poderio militar.

A ligação entre o Egito e a URSS tornou-se estreita e a onda de nacionalismo no Oriente Médio e o temor à expansão soviética, acabaram levando os EUA a criar a “Doutrina Eisenhower” que fornecia ajuda militar e financeira a qualquer Estado árabe ameaçado por movimentos comunistas (1957).

Europa Pós Guerra

Berlin women work in a ‘chain gang’ to clear rubble in the war torn city. (Photo by Fred Ramage/Getty Images)

A 3ª guerra (Guerra dos Seis Dias, em 1967) ocorreu com o ataque de Israel ao Egito, à Síria e à Jordânia sob a alegação de que os três preparavam uma agressão conjunta a Israel. Além do mais, havia uma crescente tensão devido à proteção que os governantes árabes davam à Organização Para a Libertação da Palestina (OLP) e recorrendo à ação de guerrilheiros contra as comunidades israelenses. Apesar das pesadas baixas, a vitória foi de Israel graças à superioridade aérea e dos seus blindados.

O 4º conflito, a “Guerra do Yom Kippur” (“Dia do Perdão”, dia sagrado para os judeus) ou “Guerra do Ramadã” (mês sagrado para os muçulmanos) apôs Israel ao Egito e à Síria em 1973. As forças militares sírias atacaram o norte de Israel, enquanto o sul foi invadido pelos egípcios. A vitória de Israel foi bastante difícil e o cessar-fogo deveu-se á interferência da ONU e dos Estados Unidos.

Através da intermediação americana, Israel e Egito assinaram um Tratado de Paz (Camp David) em 1979 que fixou a devolução da península do Sinai ao Egito, o livre trânsito de navios israelenses pelo Canal de Suez e o estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.

Em 1982 Israel invadiu o Líbano, considerado o quartel-general da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e, apoiados por milícias de cristãos libaneses, massacraram milhares de palestinos nos campos de refugiados de Sabra e Chatila. A rebelião palestina (“Intifada” ou “Revolta das Pedras”) em 1987, nos territórios da Cisjordânia e na Faixa de Gaza, ocupados por Israel desde a Guerra dos Seis Dias.

Após a Guerra do Golfo (1990/91) – entre EUA e Iraque – aumentou a pressão americana por um acordo de paz entre Israel e seus vizinhos árabes. Em 1992 com a vitória do Partido Trabalhista (liderado por Yitzhak Rabin) recomeçaram as conversações de paz, as quais resultaram no acordo com a OLP admitindo-se a instalação de um regime limitado de autonomia palestina na Faixa de Gaza e, posteriormente, na Cisjordânia.

Entretanto, no ano seguinte, Rabin foi assassinado por um fanático judeu do partido ultraconservador (Likud) e, seu sucessor Shimon Peres, comprometeu-se a continuar as negociações de paz no Oriente Médio. Contudo, em 1996 o líder do Likud (Benjamin Netanyahu) venceu as eleições, levantando a bandeira da “Segurança com Paz”.

Desde então, as propostas de paz com a Autoridade Palestina não avançaram e, em 1998, as ameaças do presidente do Iraque (Saddam Hussein) em atacar Israel, em represaria a provável conflito com os EUA, colocaram em alerta a população israelense. Daí, a pergunta que não quer calar é: _ Até quando os palestinos continuarão agindo como os “novos judeus”?

 

 

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