Quais as Principais Funções Desempenhadas Pelos Administradores? Qual o Foco da Abordagem Comportamental da Administração? Quais os Principais Fundamentos da Gestão da Produção e o Controle de Eficiência?
Antes de iniciar diretamente o tema de Gestão da Produção, primeiramente é necessário entender os conceitos, os níveis e as funções de gestão de uma empresa (ou uma indústria), para então nos aprofundarmos na Gestão da Produção propriamente dita.
O Conceito de administrar, gerenciar ou gerir significa planejar, organizar, liderar e controlar os recursos a serem utilizados e atividades a serem executadas, a fim de atingir objetivos pré-estabelecidos da organização. Dessa forma, os Níveis de Gestão podem ser divididos em:
- Alta administração ou cúpula diretiva;
- Média administração;
- Nível administrativo – que se preocupa com o estabelecimento de missões, objetivos, planejamento, organização e controle para se atingir os objetivos definidos;
- Nível operacional – que se preocupa com a produção, supervisão, motivação dos empregados e execução, a fim de atingir os objetivos
Funções Normalmente Desempenhadas Pelos Administradores
- : é a função do administrador de escolher ou estabelecer a missão da organização, seu propósito e objetivos, e determinar as diretrizes, projetos, programas e estratégias necessárias para atingi-los.
- Organizar: é definir os recursos (humanos, equipamentos e materiais), estabelecer procedimentos, métodos, sistemas e padrões para a realização dos objetivos da organização.
- Dirigir: é a função do administrador, através de sua liderança, de influenciar os empregados para alcançar os objetivos, o que requer: qualidade, estilo e poder de comunicação, motivação e disciplina.
- Controlar: definir meios para se ter a certeza de que o desempenho planejado está sendo efetivamente atingido.
A administração, os conceitos e suas técnicas sempre foram utilizadas de forma consciente ou inconsciente nas antigas civilizações da Babilônia, Egito, Assíria, Pérsia, Grécia, Roma e na China. Mas, a Revolução Industrial ocorrida na Europa no século 19, substituiu a produção manual pela produção mecânica e das fábricas.
Os antigos empreendedores e administradores americanos não tinham dificuldade em supervisionar pequenos grupos e obter resultados desejados com o uso do sistema essencialmente empírico; ou seja, de tentativa e erro.
Porém, no fim do século 19, com a expansão do transporte (estrada de ferro) e das comunicações (telégrafo, telefone e correios), com o desenvolvimento das fábricas mecanizadas, as organizações se tornaram maiores e ficou evidente a necessidade de se ter uma administração mais sistematizada, mais estruturada.
As teorias e princípios de Taylor e Fayol proporcionaram um aumento de produtividade, porém muitas vezes não levaram suficientemente em conta o fator humano sempre presente nas organizações.
Abordagem Comportamental
Abordagem da administração que deu ênfase ao tratamento favorável aos empregados, em vez de só focalizar seu desempenho ou produtividade. A abordagem comportamental é também denominada orgânica ou humanística.
Abordagem Contemporânea
É uma abordagem híbrida ou síntese das abordagens científica e comportamental.
Abordagem Quantitativa (ou Métodos Quantitativos)
Técnicas de tomadas de decisões que se utilizam de modelos matemáticos (pesquisa operacional) e comumente exige o uso de computador. Podem ser usadas para ajudar os administradores a solucionar problemas numa grande variedade de situações administrativas, incluindo tomada de decisões e administração de operações.
Abordagem Sistêmica
Integra todas as funções da administração, constituindo um complexo organizado de ambientes, recursos e atividades. Um sistema é composto de:
- Entrada de insumos (inputs)
- Operações ou processos
- Produtos (outputs)
Principais Fundamentos da Gestão da Produção e o Controle de Eficiência
O conceito de gerir a produção é o de utilizar os recursos disponíveis como mão de obra, insumos e equipamentos de forma que se obtenham bens de qualidade e com o máximo de eficiência, desta forma se utiliza os recursos da melhor forma possível.
O termo utilizado de ‘produção’ significa fazer ou construir alguma coisa que seja útil para o consumidor. Na gestão da produção, utilizam-se os mesmos princípios gerenciais utilizados na administração empresarial como um todo: Planejamento, Organização, Comando, Coordenação e Controle.
Utilizando esses princípios acima mencionados se alcança uma ampliação significativa das probabilidades de acertos numa gestão da produção. É necessário observar que os profissionais que trabalham com o planejamento, necessitam ter obrigatoriamente conhecimentos e estarem informados sobre as particularidades internas e externas do ambiente empresarial. Essas informações e conhecimentos oferecerão o suporte necessário na execução do plano de produção.
Então quando se fala em gestão da produção é necessário considerar que o gestor e seus supervisores estarão trabalhando diretamente com pessoas. O gestor deverá observar a importância da valorização das pessoas para que os esforços de aperfeiçoamento e de otimização dos processos obtenham bons resultados.
Eficiências
As eficiências são variáveis que orientam diretamente a gestão da produção. É através destas variáveis que um gestor pode analisar como está o processo como um todo apenas a partir do estudo dos indicadores produtivos. Alguns exemplos de indicadores de eficiência usados:
- A Qualidade: atender as necessidades e desejos dos clientes a um nível superior da concorrência.
- A Rapidez: desempenhar uma atividade de forma que se utilize o tempo mínimo e ainda assim ofereça qualidade.
- A Confiabilidade: passar uma imagem de responsabilidade, compromisso e qualidade para os clientes
- A Flexibilidade: atender às necessidades do cliente de acordo com o perfil de cada um deles.
- O Custo: o foco consiste em entregar o produto ao menor preço possível. Para isso, a empresa realiza reuniões para os mais variados tipos de produtos e fornecedores e analisa qual a melhor proposta de fornecimento.
Projetos em Gestão da Produção
Trata-se do processo através do qual algumas exigências funcionais de pessoas – individualmente ou em massa – são satisfeitas através do uso de um produto ou sistema que representa a tradução física do conceito, por exemplo:
- Produtos: automóvel, televisão, rádio, geladeira, meias, fraldas;
- Manifestações de artistas que podem ser denominadas produtos, como: música, pinturas, esculturas;
- Sistemas: telefone, ferrovia, rodovia, supermercado, orquestra.
Temos com isto pontos importantes para considerar na atividade de projeto:
- O objetivo da atividade de projeto é satisfazer a necessidade dos consumidores.
- Projeto aplica-se tanto a produtos (ou serviços) como a sistemas (que, na administração da produção, são chamados de processos).
- Projeto de produtos, de serviços, de sistemas e de processos
A atividade de projeto é, em si, um processo de transformação. Projetos começam com conceitos que são traduzidos em especificações já mencionadas em detalhes na lição anterior: qualidade, rapidez, confiabilidade, flexibilidade e custo. Vejamos na relação a seguir a influência de um bom projeto de um produto:
- : Eliminar pontos falhos potenciais e aspectos propensos a erros do produto ou serviço.
- Na rapidez: Especificar produtos que podem ser feitos rapidamente ou serviços que evitam demoras.
- Na confiabilidade: Ajuda a tornar previsível os estágios do processo, pelo uso de processos padronizados
- Na flexibilidade: Permite variações que resultam em uma gama de produtos ou serviços oferecidos
- No custo: Reduz o custo de cada componente do produto ou serviço, assim como o custo de combiná-los
Agora a influência de um bom projeto de processo:
- Na qualidade: Prover recursos adequados capazes de produzir produtos ou serviços conforme o projeto
- Na rapidez: Movimentar materiais, informações ou clientes através de cada estágio do processo, sem demoras.
- Na confiabilidade: Fornecer tecnologia e pessoal confiáveis
- Na flexibilidade: Prover recursos que podem ser modificados rapidamente, para criar uma gama de produtos ou serviços
- No custo: Assegura alta utilização de recursos, resultando em eficiência e baixo custo
Os desenvolvedores de projetos devem realizar projetos esteticamente agradáveis, que atendam ou excedam as expectativas dos consumidores, que apresente um bom desempenho e que seja confiável durante sua vida útil.
Além disso, um projeto deve prever que o mesmo seja fabricado de forma fácil e rápida, com os recursos disponíveis na organização. Quando se tratar de serviços, os desenvolvedores de projetos devem compor algo que o consumidor perceba que atende ou supere as suas expectativas. E o novo serviço deve estar dentro do conjunto de capacitações da operação produtiva e ser prestado a custo razoável.
O projetista de processo (como o produto ou serviço será feito, quase como a “receita do bolo”) deve pensar no impacto que poderá produzir na habilidade da produção em atender às necessidades dos consumidores. Local errado, insuficiência de capacidade, tecnologia inadequada e pessoal incapaz podem certamente gerar desempenho ineficaz.
A relação acima mostrou como cada objetivo de desempenho de uma operação produtiva é afetado pelo projeto do produto ou serviço e pelo projeto do processo que produz. Apesar de tanto se falar sobre a necessidade do trabalho em equipe, é ainda comum encontrarmos organizações nas quais os departamentos funcionam como “ilhas”, trocando informações, mas não interagindo entre si. Os egos individuais e os valores emotivos levam a tal situação.
O exemplo das “ilhas” acima descritos, leva as organizações a tratarem do projeto do produto e serviços separadamente do projeto do processo que os produzem. Todavia, para conseguir o intento de satisfazer às necessidades dos consumidores, torna-se imperativo reconhecer que as duas atividades são claramente inter-relacionadas. Pequenas mudanças no projeto de produtos e serviços podem resultar em mudanças profundas na forma de produzi-los, assim como o projeto de um processo pode restringir a liberdade do projeto do produto ou serviço.
A sobreposição das duas atividades de projeto é maior em operações que produzem serviços, visto que muitas vezes o cliente é envolvido, passando a fazer parte do processo de transformação. A natureza e aparência do serviço, sob a ótica do consumidor, não pode ser separada do processo ao qual o cliente está submetido.