Os Vocábulos e as Funções da Linguagem

Quais São as Funções Básicas da Linguagem? Por Que a Função Poética Também Pode Ser Encontrada em Linguagens Publicitárias? Por Que os Vocábulos São Indispensáveis no Sistema de Comunicação?

O ser humano é comunicativo por natureza e só ele é capaz de se comunicar com outro ser humano, embora várias pesquisas apontem que alguns animais teriam essa capacidade. Mas, enquanto não houver provas disso, a comunicação será responsável pelas relações que são construídas entre os homens. A seguir, veremos seis (6) funções básicas da linguagem, que cumprem distintas finalidades de acordo com o tipo de comunicação que se deseja conceber.

  • Função Referencial (ou Denotativa ou Cognitiva): Com foco no referente; ou seja, no assunto abordado na mensagem. Essa função apresenta uma linguagem direta e objetiva sobre a realidade, sendo usada em textos científicos (teses, dissertações, TCCs, artigos), jornalísticos (notícias, reportagens, entrevistas) ou outros que exponham conceitos.
  • Função Emotiva (ou Expressiva): Caracteriza-se pelo uso de interjeições e pontuações, como reticências e exclamações. É a linguagem das declarações pessoais, das memórias, das expressões de quem está emitindo a mensagem. Exemplos: a) Ah, que coisa boa! b) Tenho um pouco de medo…
  • Função Conativa (Apelativa): O objetivo principal de quem utiliza essa função na comunicação é o de convencer ao receptor da mensagem. Caracteriza-se pelo uso dos verbos no imperativo, do vocativo e dos pronomes “tu” e “você”. Propagandas, discursos e sermões usam essa função para tentar convencer o receptor sobre algo. Exemplo: “Você não pode ficar fora dessa! Venha para o XV Festival de Música Eletrônica da Praia do Mar Encantado
  • Função Fática (ou Interativa): Observe a letra da música “Sinal Fechado, de Paulinho da Viola: “–Olá! Como vai? –Eu vou indo. E você, tudo bem? –Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro… E você? ”. Ela traz uma linguagem que utiliza a função fática, centrada no canal de comunicação em si; ou seja, busca estabelecer o contato psicológico entre os interlocutores. Seu objetivo não é transmitir informação e sim manter a sociabilidade. Note que no diálogo da letra da canção não há assunto objetivo, somente a cortesia entre duas pessoas que em algum momento foram muito próximas e que acabaram de se encontrar
  • Função Metalinguística: É a linguagem explicada pela própria linguagem. Quando o poeta usa seu poema para explicar o ato de escrever um poema, ele está utilizando a função metalinguística. Outro exemplo são os dicionários, que usam as palavras para explicar o sentido delas mesmas
  • Função Poética: Essa função da linguagem está centrada na própria mensagem, colocando em evidência os próprios signos. Aparece em textos cuja mensagem possui algo de especial, algo que vai além da transmissão de uma informação. Exemplo: “Por muito tempo achei que a ausência é falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim”.

O poema de Drummond (A Ausência) trata apenas de alguém divagando sobre a falta que certa pessoa lhe faz, porém, a escolha das palavras, a sonoridade e a disposição do texto dão um sentido especial à linguagem quando empregada desse modo. OBSERVAÇÃO:  Na Função Poética, é comum os jogos de linguagem, por isso mesmo essa função pode ser encontrada também em linguagens publicitárias

Variação Linguística

Língua é a linguagem oral, escrita e sinalizada, utilizada por um grupo de indivíduos que constituem uma comunidade. Ela é construída pelo homem, em um contexto histórico, geográfico, social e de acordo com a situação em que ele vive. Atente para o texto a seguir, o qual está escrito em Língua Portuguesa e foi veiculado no Brasil:

Pela exactidão e durabilidade, esta máquina é indispensável em seu estabelecimento comercial. Ella póde ser encontrada em nossas filiaes e agencias em todo o país”. No entanto, usa palavras escritas de forma diferente e isso ocorre porque ele foi veiculado numa época em que essas palavras eram grafadas dessa forma. A essa variação denominamos de Variação Histórica; ou seja, aquela em que há diferença de linguagem em função da época de uso.

  • Variação Geográfica: Diz respeito à região de uso da língua. No Brasil são usadas linguagens que, por vezes, causam estranheza aos usuários, como por exemplo, mandioca, macaxeira e aipim que são designações da mesma planta, denominadas de maneira diferente de acordo com a região. Outro exemplo são as formas de cumprimentar, ou de se despedir de alguém.
  • Variação Social: A língua poderá sofrer variação de classe ou de grupo social, também. Observe: “Encaminhe o acusado ao ergástulo público”. A linguagem jurídica é um exemplo de variação social da linguagem. Outro exemplo são as gírias usadas por determinados grupos, como os surfistas, por exemplo
  • Variação Situacional: A comunicação poderá ocorrer em situações diversas, resultando em adequações de vocabulário e de forma de uso da língua. Numa festa com os amigos usaremos um tipo de linguagem que não poderá ser reproduzida em uma palestra ou apresentação de trabalho em ambiente acadêmico.

A linguagem usada em solenidades não será a mesma usada durante um almoço em família. É importante a atenção a ser dada à variação linguística, pois ela determinará o uso adequado do vocabulário para que a comunicação se faça de modo claro e compreensível

A Abordagem Gramatical e os Vocábulos

A gramática está presente em nosso dia a dia nas inúmeras situações de uso da língua, seja ela falada, seja escrita. Sendo assim, nos deparamos com dúvidas sobre qual palavra usar em determinado momento, se o verbo está bem conjugado ou se o plural está correto. E assim por diante. Então, é certo que dúvidas naturais de usuários de qualquer língua sempre existirão.

Dessa forma, textos bem escritos e falas bem organizadas são referências de boa comunicação. Sendo assim, saber usar de forma apropriada a gramática de nossa língua fará com que você se saia bem em qualquer situação de uso da Língua Portuguesa.

No caso dos vocábulos pode-se dizer que eles são indispensáveis dentro de um sistema de comunicação. O termo “vocábulo” vem do latim “vocare”, que significa dar um nome a algo ou a alguém. Por essa razão, dizemos que os vocábulos de uma língua se referem às palavras que compõem esta língua. Já quando queremos nos referir a um conjunto de vocábulos sobre um mesmo tema, citamos o vocabulário.

Algo que gera dúvidas na escrita é a utilização do termo “porquê”, pois na Língua Portuguesa temos quatro (4) situações de escrita diferentes, uma para cada uso: a) Porquê (Substantivo). Exemplo: “Não sei o porquê de você não ir conosco”; b) Porque (Conjunção coordenativa explicativa, a qual pode ser substituída por “pois”). Exemplo: “Ele não vai conosco porque (pois) está muito cansado”; c) Por que (Usado em perguntas diretas e indiretas, mas nunca ao final da frase). Exemplo: Por que você não vai conosco? (Pergunta direta). Ele não sabe explicar por que não vai conosco? (Pergunta indireta); d) Por quê (Usado em final de frase). Exemplo: “Você não vai conosco, por quê? Ele não vai conosco e não sabe explicar por quê”.

Outros Vocábulos Que Podem Suscitar Dúvidas Durante a Escrita:

a) Onde (Indica permanência. O lugar onde se está ou que ocorre algum fato. Complementa verbos que pedem a preposição “em”). Exemplo: “Ela chegou ao lugar onde havia nascido e se emocionou”;

b) Aonde (Indica movimento ou destino. Só de deve ser utilizado quando). Exemplo: “Deixou a cidade natal ainda na infância e aonde retornaria somente agora, adulto”;

c) Ao invés de (Tem o sentido de “ao contrário de”, “em oposição a”, “avesso” ou “inverso”). Exemplo: “Ao invés de chorar, riu muito”;

d) Em vez de (Apresenta o sentido de “no lugar de” ou “em lugar de”). Exemplo: “Em vez de ficar contando histórias, fale logo o que pensa! Faça sua parte, em vez de ficar reclamando”.

e) Mau (é sempre um adjetivo que se refere a um substantivo). Exemplo: “Escolheu um mau momento”. “Era um mau aluno” f) Mal (advérbio de modo = antônimo de bem. É uma conjunção temporal, equivalente a ASSIM QUE. Exemplo: “Ele saiu-se mal na primeira etapa. Mal chegou, foi logo para seu quarto”

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