Aspectos Introdutórios do E-Commerce

Quando e Onde Começou a História do E-Commerce? Por Que Hoje é Essencial Para o E-Commerce Adotar Estratégias de Marketing Diferenciadas? Quais as Principais Vantagens do E-Commerce Para os Consumidores?

Atualmente, o comércio eletrônico acabou se tornando uma realidade em nossas vidas e, conforme dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, ele já movimenta bilhões de reais todos os anos. Porém, com tantas informações nos bombardeando todos os dias, também se tornou essencial para o E-Commerce adotar estratégias de marketing diferenciadas, a fim de disputar a atenção do público-alvo e garantir seu sucesso nesse mercado. Você já pensou quantas vezes recebeu cupons de desconto para comprar algo pela internet? Ou quantos e-mails recebeu quando parou de utilizar algum aplicativo ou o desinstalou do celular? Pois bem. Tudo isso faz parte das estratégias de marketing digital.

São muitas as definições para o E-Commerce na literatura, mas resumidamente pode-se dizer que se trata de um modelo de negócio onde são realizadas operações de compra e venda de produtos – ou serviços – através da internet. Contudo, engana-se quem pensa que as estratégias de marketing do E-Commerce devem ser focadas apenas no “e” da palavra (que se refere muito mais à tecnologia) e esquecer do que realmente se trata: de vendas. E, por isso, é necessário entender de tecnologia, mas com foco no mercado e no comportamento das pessoas. Assim, é indispensável para um comércio eletrônico de sucesso manter a atenção no planejamento, na escolha do nicho de mercado, na criação de campanhas de marketing efetivas e no relacionamento com o cliente.

Histórico

A história do E-Commerce começou em 1994 nos EUA, com a empresa Amazon.com – empresa pioneira neste tipo de comércio e uma das líderes do segmento em todo o mundo. Já no Brasil, a primeira grande varejista a se aventurar na web foi a Booknet que, anos depois, teria sua marca substituída pela Submarino, inaugurada em 1995 e hoje parte do conglomerado B2W Digital. O acesso cada vez maior de consumidores à internet, a melhoria da infraestrutura de acesso à banda larga e o crescimento do poder de compras destas classes, foram determinantes para o crescimento do comércio digital e, o investimento em novas tecnologias, também faz com que o consumidor tenha mais confiança na hora de realizar pagamentos online. Na América Latina, o Brasil lidera o e-commerce, representando em torno de 41% das vendas, sendo aproximadamente 85% das compras feitas de empresas locais […]. Porém, os sites internacionais vêm conquistando espaço no E-Commerce brasileiro ao oferecer preço mais baixo, produto não disponível em lojas brasileiras e lançamentos que não chegaram ao País ([1]).

O E-Commerce se apropriou de datas comemorativas e de grandes eventos, criando ações promocionais como a Black Friday ([2]) e a Cyber Monday ([3]), que acontecem no final de novembro, e o Dia do Consumidor, realizado no dia 15 de março, datas em que o faturamento supera as expectativas. A cada ano, os consumidores adquirem mais confiança nos descontos ofertados pela internet e esperam por esses eventos para efetuar suas compras. Então, podemos observar que o E-Commerce não é mais considerado um modismo, pois continua se expandindo e atraindo cada vez mais investidores de vários países. As empresas de diferentes portes e setores que se adequam a esta realidade só tendem a crescer, pois o comércio digital é mais uma alternativa para atrair novos consumidores.

O Mercado Tradicional e o Mercado Eletrônico

O mercado tradicional tem como público-alvo os consumidores que se deslocam a uma determinada loja física e utilizam como métodos principais de publicidade a TV, revistas, jornais e outdoors. Enquanto isso, o mercado eletrônico utiliza plataformas virtuais como uma vitrine e entrega o produto no endereço que o consumidor desejar. Contudo, uma empresa off-line ainda pode se beneficiar do mercado eletrônico e ambos podem coexistir. O mercado eletrônico proporciona que um mercado físico se torne uma corporação multinacional virtual, pois além de possibilitar a venda de produtos de forma nacional e internacional, reduz consideravelmente o custo de processamento, distribuição e recuperação de informações. Quando falamos especificamente em marketing, a economia do digital é substancial, pois o mercado tradicional tem estratégias focadas em atingir massas, na quantidade de possíveis consumidores e, geralmente, na mídia impressa, que possui alto custo de produção. Enquanto isso, no meio digital, apesar da quantidade ser importante, o foco é a segmentação de mercado, os nichos de clientes que recebem comunicação personalizada e interativa. Isso torna os investimentos em marketing digital mais baratos e com maior taxa de retorno.

A ideia de personalização não fica só nos anúncios, a customização dos produtos também é potencializada, permitindo que os clientes adequem itens e serviços ao que necessitam. Um exemplo é o serviço de impressão de fotos e montagem de álbuns. Mesmo sendo um produto físico, os sites oferecem ao consumidor a possibilidade de definir o formato, quantidades de imagens por página, diagramação, efeitos e um estilo que combine com a temática das fotos. Cada álbum tem uma combinação única personalizada pelo próprio consumidor. O E-Commerce permite que o cliente realize compras a qualquer hora e em qualquer lugar, podendo realizar comparação de preços, avaliações de outros consumidores – incluindo a qualidade da central de atendimento –, o tempo de entrega e se o produto era exatamente o descrito nas especificações do site. Embora o mercado digital apresente muitas vantagens, uma das principais desconfianças do consumidor é a falta de segurança nas transações e coleta de dados. Não é incomum ouvir que sites de grandes organizações foram invadidos e dados confidenciais de clientes foram expostos. Outra desvantagem é a constante evolução da tecnologia, muitas vezes levando à incompatibilidade entre os sistemas utilizados e a infraestrutura, fazendo com que as organizações que decidem trabalhar com este tipo de mercado tenham que estar sempre atualizadas, tanto nos modelos de negócio quanto nas tecnologias utilizadas para o comércio eletrônico, pois a concorrência é enorme e a pressão para se manter no mercado é grande. Em tempos de sustentabilidade, o desperdício de recursos ainda é muito grande, pois com a rapidez das mudanças tecnológicas, os hardwares e periféricos tornam-se facilmente descartáveis. Alguns fatores ainda são bastante determinantes para que um consumidor prefira se dirigir até a loja mais próxima do que comprar on-line no conforto da sua casa. Nem só de descontos vive um bom comércio digital. Na forma eletrônica, os consumidores não podem ver a real dimensão ou tocar um item nem o testar antes da aquisição. Dependendo do produto e do consumidor, esse pode ser um fator determinante na escolha entre uma loja virtual e uma loja física. Mesmo com tantas facilidades, o mercado eletrônico, como todo negócio, também possui riscos, por isso é importante ter consciência de que é um trabalho difícil e o ideal é que sempre seja realizado um estudo muito criterioso para entender o nicho, saber quais as vantagens e desvantagens e estar preparado para gerenciar crises.


([1])   TURCHI, Sandra R. Estratégias de marketing digital e e-commerce. – 2. ed. – [2. Reimpr.]. – São Paulo: Atlas, 2019

([2]Black Friday é o dia seguinte ao Dia de Ação de Graças nos EUA – uma data de alta movimentação do comércio por conta do feriado prolongado e pelas promoções que marcam o início das compras natalinas. No Brasil, a primeira Black Friday aconteceu em 2010, apenas nas lojas virtuais e, com o passar dos anos e a adesão do consumidor brasileiro, o evento passou a integrar o calendário de ações do comércio físico, é uma das datas de maior faturamento no ano.

([3]Cyber Monday estreou em novembro de 2005 em um comunicado de imprensa da Shop.org que rapidamente se tornou um dos maiores dias de compras. O evento acontece após o feriado do de Ação de Graças nos EUA e foi criado para aproveitar o clima da Black Friday para compras virtuais. No Brasil, a primeira edição foi em 2011.

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