Fundamentos e Conceitos Gerais do Marketing

Quais os Processos Envolvidos no Marketing? Por Que o Marketing Cria Uma Ligação Entre Produção e Consumo? Qual é o Principal Resultado do Marketing? Quais as Cinco Condições Básicas Para Que Haja Uma Troca?

Quando as pessoas são perguntadas sobre o que elas pensam ao ouvirem o termo “Marketing”, a maioria responde que se trata de “publicidade” ou “venda”. Embora a publicidade e a venda possam ser duas das atividades de Marketing mais visíveis, o Marketing envolve muito mais do que apenas esses dois métodos de comunicação de Marketing. Outros ainda acreditam que o Marketing tem algo a ver com a disponibilização de produtos nas lojas, a organização de displays e a manutenção de estoques de produtos para vendas futuras. Na verdade, o Marketing inclui todas essas atividades e muito mais. Ele envolve mais do que apenas atividades realizadas por um grupo de pessoas – em uma área ou departamento definido. O Marketing envolve processos que se concentram na entrega de valor e benefícios aos clientes, não apenas na venda de bens, serviços e, ou ideias.

“O genuíno Marketing melhora a qualidade de vida ao oferecer soluções mais adequadas às pessoas como consumidoras. Mais importante, o Marketing é uma filosofia para a empresa, em que as necessidades dos consumidores definem seus produtos e serviços, seus preços, sua comunicação e sua distribuição. Nos primórdios da Revolução Industrial, a produção em massa se aproveitou da economia de escala na fabricação. Aí surgiu o desafio de compatibilizar a capacidade de produção com o perfil e a capacidade de consumo e vice-versa. Que mercados existem e para que produtos e serviços? Era preciso responder, e o Marketing passou a servir a esse desafio” ([1])

O Marketing apresenta duas (2) facetas: (1ª) Trata-se de uma filosofia, uma atitude, uma perspectiva ou uma orientação gerencial que enfatiza a satisfação do cliente; (2ª) São atividades e processos usados para implementar essa filosofia. Dessa forma, o Marketing usa estratégias de comunicação, distribuição e preços para fornecer aos clientes e outras partes interessadas os bens, serviços, ideias, valores e benefícios que eles desejam quando e onde querem. Logo, ele envolve a construção de relacionamentos de longo prazo e recompensadores entre si, quando beneficiam todas as partes envolvidas. O Marketing também implica a compreensão de que as organizações têm muitos “parceiros” de partes interessadas, incluindo colaboradores, fornecedores, acionistas, distribuidores e sociedade em geral. Um resultado desejado do Marketing é uma troca, pessoas desistindo de algo para receber algo que preferem ter. Normalmente, pensamos no dinheiro como o meio de troca. Desistimos de dinheiro para obter os bens e serviços que desejamos e, no entanto, a troca não requer dinheiro. Uma troca pode ocorrer apenas se as cinco (5) condições a seguir existirem:

  • Deve haver pelo menos duas partes;
  • Cada parte tem algo que pode ser valioso para a outra parte;
  • Cada parte é capaz de comunicação e entrega;
  • Cada parte é livre para aceitar ou rejeitar a oferta de troca;
  • Cada parte acredita que é apropriado ou desejável lidar com a outra parte.

Mas, a troca não ocorrerá necessariamente, mesmo que todas essas condições existam, embora elas sejam necessárias para a troca ser possível. Por exemplo, você pode colocar um anúncio em um jornal informando que seu automóvel usado está à venda a um determinado preço. Várias pessoas podem ligar para você e perguntar sobre o carro, algumas podem testá-lo e uma ou mais podem até fazer uma oferta. Todas as cinco condições são necessárias para a troca existir. A menos que você chegue a um acordo com um comprador e realmente venda o carro, uma troca não ocorrerá. Portanto, observe que o Marketing poderá ocorrer mesmo se uma troca não acontecer e, no exemplo apresentado acima, você teria estaria envolvido em Marketing, mesmo que ninguém comprasse seu automóvel usado.

Conceitos Gerais

O Marketing inclui um amplo espectro de decisões e atividades que se concentram em alcançar efetivamente seus clientes, possíveis clientes e público, e fornecê-los com informações sobre seus produtos ou serviços que atendem às suas necessidades e desejos. O processo completo de Marketing envolve a identificação das necessidades do cliente, o desenvolvimento de produtos e serviços para atender a essas necessidades, o estabelecimento de programas promocionais e políticas de preços e o design de um sistema para distribuição de produtos e serviços aos clientes ([2]). Sendo assim, pode-se dizer que o Marketing cria uma “ligação” entre produção e consumo. Os tipos de produtos disponíveis nas lojas e a qualidade desses produtos são determinados pela preferência do consumidor. Pois, enquanto a área de vendas tentar se livrar do que está nas prateleiras, o Marketing trabalha para garantir que o que está nas prateleiras é o que o cliente quer.

Então, o Marketing pode ser definido como o processo de antecipar as necessidades dos clientes-alvo e encontrar maneiras de atender a essas necessidades de forma adequada. Existem várias ideias principais nesta definição. Marketing é sobre antecipação e bons profissionais de Marketing estão sempre trabalhando para prever quais serão as necessidades de seus clientes no futuro. O conceito de Marketing guia as organizações a atender as necessidades e os desejos de seus clientes, com mais eficiência e eficácia do que a concorrência. Isso começa com um bem definido mercado-alvo, na compreensão de suas necessidades e na coordenação das atividades que o afetam, visando satisfazê-lo e obter a rentabilidade como recompensa.

“Hoje, o Marketing engloba diversos enfoques. No Marketing de Transação, o foco é a venda de bens e serviços, do produtor para o consumidor. Já o Marketing de Relacionamento foca ligações reforçadas com os indivíduos ou organizações clientes” ([3]). Uma segunda ideia-chave é a noção de mercado-alvo. Claramente, “um tamanho único não serve para todos” nos mercados. Bons profissionais de Marketing entendem isso e concentram seus esforços nas necessidades exclusivas de mercados-alvo ou segmentos de mercado específicos. A ideia-chave final na definição de Marketing é a da lucratividade. Após um estudo cuidadoso de um mercado-alvo específico, o profissional de Marketing provavelmente gerará uma longa lista de produtos e serviços nos quais o cliente possa estar interessado.

Tradicionalmente o Marketing era visto como “vender o que você tem” e, por causa disso, algumas empresas ainda abordam o Marketing dessa maneira. Por outro lado, os profissionais de Marketing mais eficazes se concentram em “ter o que você pode vender” – antecipando as necessidades do cliente. O ponto de partida para qualquer programa de Marketing deve ser a identificação das necessidades do cliente – e satisfazer essas necessidades é o foco principal de qualquer organização orientada para o mercado. No entanto, o Marketing evoluiu e ao longo do tempo e a maioria dos profissionais de Marketing atuais não começa com o foco nos clientes. As empresas orientadas para o mercado investem em pesquisas de mercado para entender melhor seus clientes e depois usam as informações geradas para orientar a tomada de decisão. Essas são empresas que estão focadas em construir um relacionamento de longo prazo com seus clientes-alvo e que estão dispostas a fazer alguns sacrifícios a curto prazo para fazer isso. Assim, esse foco no relacionamento correto com os clientes se torna a meta abrangente para as organizações. Então, o objetivo do Marketing é conhecer e entender tão bem o cliente a ponto de saber que determinado produto ou serviço é exatamente o que o ele deseja. Os produtos ou serviços serão vendidos sem a necessidade de pressionar o cliente. Portanto, a necessidade de estar familiarizado com os desejos dos clientes e estabelecer um relacionamento contínuo com eles é parte da definição de Marketing.


([1]COBRA, Marcos e URDAN, André T. “Marketing Básico”, São Paulo, Atlas, 5ª ed. 2017. P. 1

([2]KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. Tradução de Sônia Midori Yamamoto. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.

([3]COBRA, Marcos e URDAN, André T. “Marketing Básico”, São Paulo, Atlas, 5ª ed. 2017. p. 4

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O Empresário – Conceito e Características

Em Que se Apoia o Conceito do Termo Empresa”? Como se Configura Legalmente um Empresário? Qual a Diferença de Sócio e Empresário? Quais São os Agentes Econômicos Excluídos do Conceito de Empresário?

Quando se pensa no empresário e na sociedade empresarial, imagina-se um estabelecimento com vários funcionários operando um maquinário ou pessoas em frente a computadores. Porém, essa não é bem a imagem do ramo para os meios legais. Para o mundo jurídico, a empresa não é um sujeito de direitos e deveres. Ela é um ente fictício que adquire personalidade para que possa desempenhar seus objetivos; uma atividade organizada e não um indivíduo acobertado de direitos personificados. A conceituação do termo “empresa” está alicerçada em teorias que apontam os perfis subjetivo e objetivo de um estabelecimento empresarial e, esse perfil subjetivo, compreende a pessoa física por trás da instituição. No caso das sociedades empresárias, a jurídica; o perfil objetivo diz respeito a todo o aparato de coisas de que a entidade faz uso para operar e existir (CHAGAS; LENZA, 2016). É sensato lembrar que, para ser um empresário, o cidadão brasileiro deve ter capacidade civil plena (ou seja, 18 anos completos) e não ser acometido de incapacidade que torne necessária sua interdição.

Mas, antes de detalharmos as principais características que compreendem a figura legal do empresário, vamos relembrar o que o Código Civil (2002) fala a seu respeito: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. (BRASIL, 2002). Ao analisarmos o artigo 966 fica mais fácil compreendermos que a figura legal do empresário é determinada pelo exercício profissional de alguma atividade de cunho econômico. Contudo, não basta desempenhar um trabalho que vise ao lucro para ser considerado um empresário: a tarefa deve ser profissional e contínua ou habitual; aquele que exerce um ofício de forma amadora ou eventual não está coberto pelo conceito desprendido pela lei ([1]).

Dessa forma, para ser um empresário, o profissional deve contar com organização e planejamento mínimos. O Código Civil institui que uma empresa não nasce do exercício de uma atividade econômica de forma perene, sendo necessário formalidade para que seja reconhecida como tal (FINKELSTEIN, 2015). Para simplificar, podemos dizer que, para a legislação, o empresário é uma pessoa natural que faz do exercício da atividade econômica sua profissão. É importante dizer que empresário e sócio são duas figuras diferentes, pois enquanto o empresário é revestido de personalidade jurídica, o sócio é uma pessoa natural que se une a outra para o desenvolvimento da atividade empresarial típica.

Para empreender no mundo dos negócios, existem obrigações inerentes ao desenvolvimento de qualquer atividade. Em primeiro lugar, o Brasil exige que haja um registro em órgão público. Sem a formalidade do papel, uma ideia de negócio não deixa o mundo da imaginação ou idealização. Para a documentação do empresário, existem as Juntas Comerciais estaduais, que desempenham o papel de auxiliares do Estado na consecução e promoção da publicidade, autenticidade e segurança de atos jurídicos relacionados às empresas. Sobre o registro, a legislação é mandatória: “Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. ” (BRASIL, 2002).

A instrumentalização do processo de registro é o que garantirá a publicidade do ato, mas, mais importante do que isso, a eficácia mercantil e a legalidade do negócio. O intuito da documentação nada mais é do que resguardar direitos e dar segurança jurídica aos entes empresariais, de modo que as partes, em qualquer negociação, tenham mais garantias (TOMAZETTE, 2016). Sem registro na Junta Comercial do Estado, aquele que se intitula empresário está em situação irregular e pode sofrer consequências danosas, a começar pela impossibilidade de emitir Nota Fiscal sobre suas vendas ou serviços.

Os Agentes Econômicos Excluídos do Conceito de Empresário

Segundo a Teoria da Empresa, o empresário é aquele que exerce atividade organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Apesar dessa afirmação aparentemente abrangente, alguns sujeitos não são considerados empresários, mesmo exercendo, em tese, atividades econômicas. Levando em consideração o aspecto material e funcional dos negócios de cunho econômico, nenhum cidadão que trabalhe com a circulação de bens ou no setor de serviços é excluído do alcance conceitual do termo empresário. Para o artigo 966 do Código Civil (2002) essa abrangência não é tão completa assim (REQUIÃO, 2010). Para a atual legislação, alguns ofícios não são de ordem empresarial, o que exclui alguns agentes econômicos do rol de empresários pela conceituação tradicional. No Brasil, o profissional intelectual (profissional liberal), o pequeno trabalhador rural e os que trabalham na sociedade simples e em cooperativa não podem ser chamados de empresários.

Os profissionais intelectuais (profissionais liberais), como por exemplo advogados, médicos e professores particulares não fazem parte do grupo de empresários ([2]). O Código Civil é bem específico e decreta que não se pode considerar como empresários aqueles que desempenham alguma atividade de natureza científica, literária ou artística que não detém um fim ou objetivo mercantilista e de geração de lucro, mas simples e tão somente se presta à sobrevivência da própria pessoa física (NEGRÃO, 2013). Segundo Coelho (2016), os intelectuais preocupam-se unicamente com sua subsistência e, mesmo que tenham alguns auxiliares contratados, a ideia de empresário não prospera para efeito legal. Para a doutrina, uma empresa deve ser uma atividade econômica organizada, exceto quando a profissão constituir elemento de empresa.

Esse profissional (o intelectual) é equiparado ao empresário quando trabalha de forma consistente no exercício empresarial com o propósito de tornar sua atuação impessoal e mais estruturada. A organização dos fatores de produção e a forma de constituição da atividade do profissional ganham o status de empresa, mesmo que ela não possa ser comparada a uma instituição empresarial com faturamento robusto (COELHO, 2016). Assim como o intelectual, o pequeno trabalhador do campo pode se tornar um empresário e, para isso, seu dia a dia precisa ter como propósito a lucratividade e sua produção deve ser sistematizada e contínua. As sociedades simples ou sociedades uni-profissionais, compostas por profissionais de uma mesma área que decidem aplicar seus conhecimentos em conjunto com um único objetivo social, também excluem seus administradores do rol de empresários. A exclusão se deve ao fato de a exploração econômica ser de cunho pessoal.

A respeito dos advogados, a Lei nº 8.906/94 define que a advocacia é uma sociedade civil, ou seja, uma atividade uni-profissional; portanto, ela não cabe no conceito de empresa. Por fim, é preciso falar das sociedades cooperativas. Elas podem ser consideradas sociedades simples ou empresariais? A resposta está no artigo 982 do Código Civil, o qual define que as cooperativas são sociedades simples, independentemente de se destinarem ou não à atividade econômica.

O Empresário Individual e a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli)

Quando pensamos no empresário individual, logo nos vem à mente uma pessoa trabalhando sozinha e, em nossa imaginação, com frequência ela está em uma sala de escritório, onde atende clientes, planeja estratégias, cuida do marketing, exceto quando precisa entregar produtos ou realizar serviços. Contudo, o empresário individual não precisa necessariamente ser solitário em seu local de trabalho. Ele pode, sim, empregar funcionários – e quantos quiser. O empresário individual é o profissional que exerce determinada atividade econômica de maneira organizada e legal para a produção ou a circulação de bens ou serviços (TOMAZETTE, 2016). Para desempenhar suas obrigações, a pessoa física adquire a personalidade de empresário de forma fictícia (o mesmo que acontece nas sociedades empresariais, como veremos adiante), mas a pessoa jurídica é claramente identificada. Nesse caso, os bens próprios de pessoa física não se confundem com os bens da empresa pessoa jurídica. Da mesma forma que a empresa individual, a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) também é constituída por uma única pessoa física. A grande diferença fica por conta da integralização do capital social, que aqui deve ser de no mínimo 100 vezes o salário mínimo vigente no Brasil:

  • Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (BRASIL, 2002).

Foi a Lei nº 12.441/11 que criou a figura da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada como uma nova forma de pessoa jurídica e a incluiu no conjunto de entes jurídicos personificados do artigo 44 do Código Civil de 2002. Vejamos algumas características da Eireli:

  • Sua identificação é feita com a inserção da sigla Eireli logo após a denominação social da empresa.
  • Essa categoria empresarial limita a participação do empresário em única sociedade dessa modalidade; portanto, ele não pode participar em duas Eirelis.
  • Ela segue o mesmo ordenamento jurídico que as sociedades limitadas.

REFERÊNCIAS

BRASIL Congresso Nacional. Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília: Diário Oficial da União, 11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm&gt;. Acesso em: 31 out. 2018.

______. ______. Lei no 12.441, de 11 de julho de 2011. Altera a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para permitir a constituição de empresa individual de responsabilidade limitada. Brasília: Diário Oficial da União, 12 jul. 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2011/lei/l12441.htm>. Acesso em: 31 out. 2018.

CHAGAS, E. E.; LENZA, P. (Coord.). Direito Empresarial esquematizado. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

COELHO, F. U. Curso de direito Comercial: Direito de Empresa. v. 1. São Paulo: Saraiva, 2016.

CONSELHO da Justiça Federal. Jornada de Direito Civil III: Enunciado 195. Brasília: Conselho da Justiça Federal, 2002. Disponível em: <http://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/375&gt;. Acesso em: 31 out. 2018.

FINKELSTEIN, M. E. (Coord.). Direito Empresarial. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.

NEGRÃO, R. Manual de Direito Comercial de Empresa: Teoria geral da Empresa e Direito Societário. São Paulo: Saraiva, 2013.

REQUIÃO, R. Curso de Direito Comercial. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.TOMAZETTE, M. Curso de Direito Empresarial: teoria geral e direito societário. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2016.


([1]COELHO, F. U. Curso de direito Comercial: Direito de Empresa. v. 1. São Paulo: Saraiva, 2016. P. 34

([2])  A norma entende que, por desempenharem uma atividade de natureza científica, literária ou artística, esses trabalhadores não têm um fi m ou objetivo mercantilista e de geração de lucro, mas visam somente à sua própria sobrevivência.

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Aspectos Introdutórios do E-Commerce

Quando e Onde Começou a História do E-Commerce? Por Que Hoje é Essencial Para o E-Commerce Adotar Estratégias de Marketing Diferenciadas? Quais as Principais Vantagens do E-Commerce Para os Consumidores?

Atualmente, o comércio eletrônico acabou se tornando uma realidade em nossas vidas e, conforme dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, ele já movimenta bilhões de reais todos os anos. Porém, com tantas informações nos bombardeando todos os dias, também se tornou essencial para o E-Commerce adotar estratégias de marketing diferenciadas, a fim de disputar a atenção do público-alvo e garantir seu sucesso nesse mercado. Você já pensou quantas vezes recebeu cupons de desconto para comprar algo pela internet? Ou quantos e-mails recebeu quando parou de utilizar algum aplicativo ou o desinstalou do celular? Pois bem. Tudo isso faz parte das estratégias de marketing digital.

São muitas as definições para o E-Commerce na literatura, mas resumidamente pode-se dizer que se trata de um modelo de negócio onde são realizadas operações de compra e venda de produtos – ou serviços – através da internet. Contudo, engana-se quem pensa que as estratégias de marketing do E-Commerce devem ser focadas apenas no “e” da palavra (que se refere muito mais à tecnologia) e esquecer do que realmente se trata: de vendas. E, por isso, é necessário entender de tecnologia, mas com foco no mercado e no comportamento das pessoas. Assim, é indispensável para um comércio eletrônico de sucesso manter a atenção no planejamento, na escolha do nicho de mercado, na criação de campanhas de marketing efetivas e no relacionamento com o cliente.

Histórico

A história do E-Commerce começou em 1994 nos EUA, com a empresa Amazon.com – empresa pioneira neste tipo de comércio e uma das líderes do segmento em todo o mundo. Já no Brasil, a primeira grande varejista a se aventurar na web foi a Booknet que, anos depois, teria sua marca substituída pela Submarino, inaugurada em 1995 e hoje parte do conglomerado B2W Digital. O acesso cada vez maior de consumidores à internet, a melhoria da infraestrutura de acesso à banda larga e o crescimento do poder de compras destas classes, foram determinantes para o crescimento do comércio digital e, o investimento em novas tecnologias, também faz com que o consumidor tenha mais confiança na hora de realizar pagamentos online. Na América Latina, o Brasil lidera o e-commerce, representando em torno de 41% das vendas, sendo aproximadamente 85% das compras feitas de empresas locais […]. Porém, os sites internacionais vêm conquistando espaço no E-Commerce brasileiro ao oferecer preço mais baixo, produto não disponível em lojas brasileiras e lançamentos que não chegaram ao País ([1]).

O E-Commerce se apropriou de datas comemorativas e de grandes eventos, criando ações promocionais como a Black Friday ([2]) e a Cyber Monday ([3]), que acontecem no final de novembro, e o Dia do Consumidor, realizado no dia 15 de março, datas em que o faturamento supera as expectativas. A cada ano, os consumidores adquirem mais confiança nos descontos ofertados pela internet e esperam por esses eventos para efetuar suas compras. Então, podemos observar que o E-Commerce não é mais considerado um modismo, pois continua se expandindo e atraindo cada vez mais investidores de vários países. As empresas de diferentes portes e setores que se adequam a esta realidade só tendem a crescer, pois o comércio digital é mais uma alternativa para atrair novos consumidores.

O Mercado Tradicional e o Mercado Eletrônico

O mercado tradicional tem como público-alvo os consumidores que se deslocam a uma determinada loja física e utilizam como métodos principais de publicidade a TV, revistas, jornais e outdoors. Enquanto isso, o mercado eletrônico utiliza plataformas virtuais como uma vitrine e entrega o produto no endereço que o consumidor desejar. Contudo, uma empresa off-line ainda pode se beneficiar do mercado eletrônico e ambos podem coexistir. O mercado eletrônico proporciona que um mercado físico se torne uma corporação multinacional virtual, pois além de possibilitar a venda de produtos de forma nacional e internacional, reduz consideravelmente o custo de processamento, distribuição e recuperação de informações. Quando falamos especificamente em marketing, a economia do digital é substancial, pois o mercado tradicional tem estratégias focadas em atingir massas, na quantidade de possíveis consumidores e, geralmente, na mídia impressa, que possui alto custo de produção. Enquanto isso, no meio digital, apesar da quantidade ser importante, o foco é a segmentação de mercado, os nichos de clientes que recebem comunicação personalizada e interativa. Isso torna os investimentos em marketing digital mais baratos e com maior taxa de retorno.

A ideia de personalização não fica só nos anúncios, a customização dos produtos também é potencializada, permitindo que os clientes adequem itens e serviços ao que necessitam. Um exemplo é o serviço de impressão de fotos e montagem de álbuns. Mesmo sendo um produto físico, os sites oferecem ao consumidor a possibilidade de definir o formato, quantidades de imagens por página, diagramação, efeitos e um estilo que combine com a temática das fotos. Cada álbum tem uma combinação única personalizada pelo próprio consumidor. O E-Commerce permite que o cliente realize compras a qualquer hora e em qualquer lugar, podendo realizar comparação de preços, avaliações de outros consumidores – incluindo a qualidade da central de atendimento –, o tempo de entrega e se o produto era exatamente o descrito nas especificações do site. Embora o mercado digital apresente muitas vantagens, uma das principais desconfianças do consumidor é a falta de segurança nas transações e coleta de dados. Não é incomum ouvir que sites de grandes organizações foram invadidos e dados confidenciais de clientes foram expostos. Outra desvantagem é a constante evolução da tecnologia, muitas vezes levando à incompatibilidade entre os sistemas utilizados e a infraestrutura, fazendo com que as organizações que decidem trabalhar com este tipo de mercado tenham que estar sempre atualizadas, tanto nos modelos de negócio quanto nas tecnologias utilizadas para o comércio eletrônico, pois a concorrência é enorme e a pressão para se manter no mercado é grande. Em tempos de sustentabilidade, o desperdício de recursos ainda é muito grande, pois com a rapidez das mudanças tecnológicas, os hardwares e periféricos tornam-se facilmente descartáveis. Alguns fatores ainda são bastante determinantes para que um consumidor prefira se dirigir até a loja mais próxima do que comprar on-line no conforto da sua casa. Nem só de descontos vive um bom comércio digital. Na forma eletrônica, os consumidores não podem ver a real dimensão ou tocar um item nem o testar antes da aquisição. Dependendo do produto e do consumidor, esse pode ser um fator determinante na escolha entre uma loja virtual e uma loja física. Mesmo com tantas facilidades, o mercado eletrônico, como todo negócio, também possui riscos, por isso é importante ter consciência de que é um trabalho difícil e o ideal é que sempre seja realizado um estudo muito criterioso para entender o nicho, saber quais as vantagens e desvantagens e estar preparado para gerenciar crises.


([1])   TURCHI, Sandra R. Estratégias de marketing digital e e-commerce. – 2. ed. – [2. Reimpr.]. – São Paulo: Atlas, 2019

([2]Black Friday é o dia seguinte ao Dia de Ação de Graças nos EUA – uma data de alta movimentação do comércio por conta do feriado prolongado e pelas promoções que marcam o início das compras natalinas. No Brasil, a primeira Black Friday aconteceu em 2010, apenas nas lojas virtuais e, com o passar dos anos e a adesão do consumidor brasileiro, o evento passou a integrar o calendário de ações do comércio físico, é uma das datas de maior faturamento no ano.

([3]Cyber Monday estreou em novembro de 2005 em um comunicado de imprensa da Shop.org que rapidamente se tornou um dos maiores dias de compras. O evento acontece após o feriado do de Ação de Graças nos EUA e foi criado para aproveitar o clima da Black Friday para compras virtuais. No Brasil, a primeira edição foi em 2011.

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As Atividades Empresariais Como Um Ramo do Direito

Qual a Definição de Uma Organização Empresarial? Como o Novo Código Civil Caracteriza os Profissionais Liberais e Sua Condição de Não Empresários? Quais as Características Distintivas do Direito Empresarial?

Ao longo dos anos, a mudança na concepção do que é realmente uma atividade empresarial ganhou força e, atualmente, até mesmo o trabalho no campo tem escopo na moderna Teoria da Empresa, fazendo com que os negócios rurais se equiparem muitas vezes ao exercício de uma instituição empresarial usual e pré-concebida. Seguindo a legislação o que se prevê é que uma empresa, para receber esse título, depende de seu aspecto funcional, o que caracteriza a sua essência ou conceituação prática. Nesse sentido, pode-se dizer que uma organização empresarial nada mais é do que um conjunto de atos organizados para promover uma atividade baseada na circulação de bens ou serviços visando ao lucro.

A empresa não é constituída de um ato isolado, mas sim de um conjunto de atos de forma reiterada. A atividade empresarial em caráter profissional gera atos vinculados e coordenados que se coadunam com um objetivo final: a obtenção de lucro. No entanto, é preciso deixar claro que nem toda ocupação que almeja fins lucrativos pode ser concebida como um exercício empresarial, pois conforme o artigo 966 do Código Civil (2002) é necessária a organização de fatores de produção para a caracterização do elemento empresa. Sendo assim, não se pode tratar as atividades de cunho intelectual ou de natureza artística ou literária como ofícios de caráter empresarial.

A clareza na organização e padronização das atividades desempenhadas é que se coadunam para a caracterização da empresa. As atividades de cunho artístico, intelectual ou literário, quase sempre pautadas na exclusividade de sua produção, não podem ser consideradas como empresariais, mas como uma condição secundária da atividade (TOMAZETTE, 2016). A esse respeito, é importante informar que o Conselho da Justiça Federal, aprovou alguns enunciados sobre a temática. O Enunciado 194 – por exemplo – trata dos profissionais liberais e de sua condição de não empresários ([1]). No Enunciado 195, o assunto é a necessidade de a empresa ter demanda econômica e absorver a atividade intelectual: “A expressão “elemento de empresa” demanda interpretação econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção da atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como um dos fatores da organização empresarial”. (CONSELHO, 2002).

Até aqui falamos sobre o que é uma empresa. Mas, quem é o empresário? Analisando o artigo 966 do Código Civil constata-se que “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. ” (BRASIL, 2002).

O empresário é, então, o titular da atividade, sendo este uma pessoa física agindo de forma isolada, como na empresa individual, ou jurídica, no caso da sociedade empresária de que participam diversas pessoas naturais. É de bom tom lembrarmos que a Lei nº 12.441 (2011) alterou o Código Civil de 2002 para permitir a constituição da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada: (Art. 980-A). Ela será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (BRASIL, 2011). Também é necessário distinguirmos empresário e sócio, pois enquanto o sócio é uma pessoa natural que se une a outra para uma melhor organização da atividade empresarial típica, o empresário é uma pessoa física revestida de personalidade jurídica.

O Direito Empresarial Como Ramo Autônomo do Direito

O Direito Empresarial ganha escopos característicos nas decisões judiciais, doutrina e leis após sua consolidação como uma área ou ramo específico do Direito. Apesar de encontrar guarida nos Direitos Privado e Civil, ele é autônomo, pois tem fundamentos próprios e muitas diferenças intrínsecas e extrínsecas com relação ao Direito Civil geral. É certo que o Direito Empresarial atua em conjunto com o Direito Civil. Assim como os ramos tributário e trabalhista, ele não se desvencilha totalmente de algumas áreas, às quais está ligado pela própria norma. Contudo, é necessário salientar que ele mantém uma separação peculiar em diversos aspectos que o fazem ter a autonomia que justifica sua existência e consolidação.

Características Distintivas do Direito Empresarial

  • Cosmopolitismo: Ele atua em conjunto com regras e leis de cunho internacional que regem as atividades empresariais.
  • Onerosidade: Ele visa ao lucro.
  • Informalidade: Tem a necessidade de menos intervenção do Estado e mais desburocratização.
  • Fragmentarismo: Mesmo com regras e normas próprias, ele se utiliza muito de outros ramos do Direito, com normas fragmentadas para compor seu escopo de regras específicas.

A Importância do Direito Empresarial

Sabe-se que as atividades empresariais são reguladas pelo Estado, o qual detém a fiscalização das leis, aplicadas na prática diária do cidadão. O regime de normas e regras emanadas e controladas pelos poderes do Estado de Direito – Legislativo, Executivo e Judiciário – pode ser traduzido como sendo o regime jurídico da empresa. É certo que todos entendem que hoje a empresa é um elemento essencial da sociedade, seja porque produz algo que consumimos, seja porque compra de outra um produto de que fazemos uso, seja porque somos usuários de seus serviços (CHAGAS, 2016). Sendo assim, o Direito Empresarial tem extrema relevância, afinal faz parte do dia a dia de todos e rege a vida coletiva.

A importância econômica e social da empresa é inquestionável, o que faz com que as questões empresariais, regidas pelo Direito Empresarial, sejam objetos basilares da sociedade moderna. As atividades empresariais fazem a economia “girar”: o salário de um trabalhador da empresa A, por exemplo, serve para a compra de produtos e contratação de serviços das empresas B, C, D, E… Esse dinheiro sustenta a família, paga a escola dos filhos, as contas de consumo diário etc. A empresa merece respeito, pois faz parte da sociedade como um todo. Também é pertinente apontar que o Direito Empresarial renova as questões normativas que atingem as empresas e cria novas regras que porventura sejam cabíveis e necessárias frente aos acontecimentos. Um exemplo é o fato de as atividades do ramo sempre terem visado ao lucro, mas as ideias atuais interpretarem como ultrapassada a visão de que a obtenção de ganhos deve ser “a qualquer preço”. Hoje, entende-se que a função social da empresa deve prezar pela responsabilidade diante das atitudes de seus comandos (FINKELSTEIN, 2015).

A empresa é importante, uma vez que ela não se limita apenas a gerar lucro para o seu proprietário, pois suas atividades envolvem pessoas, famílias, o próprio empresário, o estabelecimento empresarial, a economia, a questão dos impostos; ou seja, a sociedade como um todo. Dessa forma, o Direito Empresarial promove uma constante renovação na sociedade. Ele caminha junto com novas regras e normas, com a mutação da visão de empresa. Portanto, o Direito Empresarial é fundamental e, o lucro e a função social da empresa, são questões modernas que só encontram guarida no novo patamar do entendimento das atividades empresariais.

REFERÊNCIAS

BRASIL Congresso Nacional. Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília: Diário Oficial da União, 11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm&gt;. Acesso em: 31 out. 2018.

______. ______. Lei no 12.441, de 11 de julho de 2011. Altera a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para permitir a constituição de empresa individual de responsabilidade limitada. Brasília: Diário Oficial da União, 12 jul. 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2011/lei/l12441.htm>. Acesso em: 31 out. 2018.

CHAGAS, E. E.; LENZA, P. (Coord.). Direito Empresarial esquematizado. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

COELHO, F. U. Curso de direito Comercial: Direito de Empresa. v. 1. São Paulo: Saraiva, 2016.

CONSELHO da Justiça Federal. Jornada de Direito Civil III: Enunciado 195. Brasília: Conselho da Justiça Federal, 2002. Disponível em: <http://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/375&gt;. Acesso em: 31 out. 2018.

FINKELSTEIN, M. E. (Coord.). Direito Empresarial. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.

NEGRÃO, R. Manual de Direito Comercial de Empresa: Teoria geral da Empresa e Direito Societário. São Paulo: Saraiva, 2013.

REQUIÃO, R. Curso de Direito Comercial. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.TOMAZETTE, M. Curso de Direito Empresarial: teoria geral e direito societário. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2016.


([1])  “Os profissionais liberais não são considerados empresários, salvo se a organização dos fatores de produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida.” Disponível em: <http://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/374&gt;. Acesso em: 30 jun. 2018.

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Produção, Custos e Renda na Macroeconomia

Que Fórmula Pode Expressar a Função de Produção Básica? Como Alcançar a Eficiência Produtiva? Quais os Custos Existentes na Produção? Qual a Relação Entre a Produção Total e o Custo Total?

Em função da quantidade limitada de recursos – dinheiro, pessoas ou máquinas – e das necessidades ilimitadas de uma sociedade, são necessárias escolhas em termos econômicos e, em consequência disso, surgem algumas perguntas como: O que produzir? Como produzir? Quando produzir? Quanto produzir? Para quem produzir? A busca por essas respostas implica em maior ou menor utilização de recursos pelas organizações. Em razão disso, outro fator importante se faz presente: a questão da eficiência produtiva. Nesse sentido, deve-se estudar a relação do resultado desta produção com seus custos envolvidos e sua receita obtida e, consequentemente, o lucro (ou prejuízo) obtido.

Não distante disso, devemos lembrar do envolvimento dos conceitos com os consumidores, pois eles sempre buscam preços menores condizentes como o seu poder aquisitivo. Em Economia, produção é um processo, um método que consiste na combinação dos fatores de produção cuja finalidade é a de satisfazer as diversas necessidades humanas promovendo a geração de bens ou serviços. Numa visão mais simplista, seria a combinação dos fatores de produção que estudamos para a criação dos bens ou serviços de que os consumidores (pessoas ou organizações) necessitam. Segundo Fontes (2010), o termo produção remete aos produtos e aos fatores de produção utilizados na elaboração de bens e serviços. E ao resultado de um processo de produção denomina-se de produto, sendo este o resultado que será consumido pela sociedade. A função de produção básica é expressa por Q = A f (L, K, T), onde:

  • Q é a quantidade total produzida por unidade de tempo;
  • L é a quantidade de mão de obra utilizada por unidade de tempo;
  • K é o capital físico utilizado por unidade de tempo;
  • T é a quantidade de área ou terra utilizada por unidade de tempo; e
  • A é a tecnologia utilizada na produção. ([1])

Não se pode esquecer que, quando empregados nas atividades de mercado, a associação dos fatores de produção (Terra, Trabalho e Capital), realiza a produção e o produto gerado. Porém, há também uma variável importante e imprescindível: a tecnologia que, conforme Fontes (2010), são os conhecimentos técnicos e científicos aplicados à atividade econômica. A técnica economicamente mais eficiente será aquela que permite a obtenção do mesmo nível de produção que as técnicas alternativas, ao menor custo possível. Todas as organizações são sistemas de recursos que perseguem determinados objetivos e, todas as pessoas que as administram, são as responsáveis pela realização de objetivos e pela forma como os recursos serão utilizados. Nesse sentido, dois (2) novos conceitos são introduzidos no nosso estudo: o da eficiência e o do custo:

a) Podemos entender por “eficiência” a relação entre os resultados que foram obtidos e os recursos que foram utilizados. É a palavra que indica que a organização utiliza produtivamente ou de maneira econômica, todos os seus recursos. Quanto maior o grau de produtividade ou otimização na utilização dos recursos, dizemos que mais eficiente é a organização. Segundo Stoner (1999), eficiência é a capacidade de minimizar o uso de recursos para alcançar os objetivos da organização; para Drucker (apud STONER, 1999, p. 136), eficiência é “fazer as coisas certo”. Uma abordagem da eficiência como uma medida de desempenho é feita por Chiavenato (2000, p. 177) quando diz que: “[. . . ] eficiência é uma relação técnica entre entradas e saídas, [. . . ] é uma relação entre custos e benefícios, ou seja, uma relação entre os recursos aplicados e o resultado final obtido: é a razão entre o esforço e o resultado, entre a despesa e a receita, entre o custo e o benefício resultante”.

Em relação à teoria da produção, podemos ainda distinguir dois conceitos: eficiência técnica e eficiência econômica. Conforme Fontes (2010), a eficiência técnica existe quando um método é tecnologicamente mais eficiente, permitindo a obtenção da mesma quantidade de produtos que os outros processos, com a utilização de menor quantidade de todos os fatores de produção ou menor quantidade de pelo menos um fator. A eficiência econômica é alcançada quando se obtêm a mesma quantidade de produto, ao menor custo possível. Numa linguagem mais simplista, a existência de eficiência significa dizer que ocorre ausência de desperdício.

b) Custo pode ser definido como o gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Os custos são determinados de acordo com o grau de eficiência com que os fatores de produção e a tecnologia são utilizados. Como resultado, quando confrontados com as receitas de vendas obtidas, irão determinar a lucratividade das organizações advinda da maior ou menor otimização do uso dos fatores e da tecnologia, ou seja, com maior ou menor eficiência produtiva aplicada aos modelos produtivos.

Eficiência Produtiva

Evidencia-se eficiência produtiva quando o uso das tecnologias de produção – e dos fatores de produção – não conseguem produzir maior quantidade de um determinado bem sem sacrificar a produção de outro; quando isso ocorre, significa que a economia está sobre a sua fronteira de possibilidades de produção. Em termos microeconômicos, podemos afirmar que a existência de eficiência produtiva significa que, utilizando a tecnologia disponível e os preços correlacionados dos fatores de produção, uma determinada organização conseguiu produzir o máximo de bens com o mínimo de fatores produtivos.

Relação Entre a Produção Total e o Custo Total

O Custo Total é a soma de todos os custos de uma empresa, não importando se eles são fixos ou variáveis. Sendo eles insignificantes ou não, pode-se afirmar que se trata de qualquer tipo de gasto que a organização efetue, em qualquer esfera. É comum esquecemos de alguns gastos, como por exemplo o custo com as embalagens usadas ou com a customização de outros produtos. Dessa forma, o Custo só é reconhecido como tal no instante do uso de fatores de produção na manufatura de um produto ou na realização de um serviço. Um exemplo disso é a matéria-prima utilizada na confecção de um determinado produto.

Fontes (2010) nos dá conta que o Custo é o inverso da produção; ou seja, ele diminui quando a produção aumenta e aumenta quando a produção cai. Esta afirmativa, embora de difícil interpretação, pode ser entendida como resultado da existência dos custos fixos, pois na medida em que os volumes de produção aumentam, eles são, na mesma proporção, diluídos pela maior quantidade produzida. O inverso também deve ser assim entendido. Custos Fixos são aqueles menos propensos a apresentar variações em relação ao volume de produção – ou de vendas e, ao contrário, os Custos Variáveis, estão relacionados ao aumento ou diminuição de gastos proporcional ao nível de atividade. A Produção Total definida pela organização também dependerá dos Custos Totais envolvidos nesta produção e a maior ou menor eficiência conseguida será fator preponderante para obtenção dos lucros.

REFERÊNCIAS

 
FARINA, E. M. ; AZEVEDO, P. F. ; SAES, M. S. Competitividade: Mercado, Estado e Organizações. São Paulo: Editora Singular, 2000.
FONTES, R. Economia: um Enfoque Básico e Simplificado. São Paulo: Atlas, 2010. STONER, R. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Makron Books, 1999.

([1]FONTES, R. Economia: um Enfoque Básico e Simplificado. São Paulo: Atlas, 2010, p. 23

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Como Criar os Melhores Títulos e Atrair Leitores Para Seu Site

Quais os Elementos Necessários Para a Construção de Bons Títulos? Que Empresas Brasileiras Estão Aplicando o Marketing de Conteúdo Com Sucesso?

O título é o principal responsável por abrirem ou não a sua mensagem, tendo a finalidade de despertar a curiosidade de seu público para que saibam da sua existência. Desenvolver uma ideia e colocá-la em prática não é uma tarefa simples, pois requer pesquisa, estudo, aprofundamento do assunto, rascunhos e brainstorming. Após toda esta análise, você inicia o processo de fazer das ideias algo existente. Escrever bons artigos faz parte da estratégia de inúmeros sites, blogs e redes sociais. Mas, de nada adianta se estes conteúdos não chamarem a devida atenção de seu público para a leitura.

O grande responsável para instigar e convidar o público a aumentar seu conhecimento ou ficar ciente de uma novidade, é o título. O título é a primeira conexão com seus leitores e se houver falha neste início, é certo que seu objetivo não será alcançado. Ele está presente em praticamente tudo que fazemos na web: nas redes sociais, nas matérias, anúncios e até mesmo nas ferramentas de busca, como o Google.

Dicas Importantes Para Criação de Títulos

1) A técnica AIDA

Existem quatro (4) elementos necessários para a construção de bons títulos:

  • Atenção: capture com as palavras certas a atenção de seu leitor. Ideias como: “Saiba agora”, “Imediatamente”, “Não perca tempo”, “Gratuito”, “Descubra” são ótimas para que o leitor saiba de imediato que aquele assunto o interessará.
  • Interesse: coloque o principal benefício que seu público terá em ler o seu artigo. “Melhore sua vida”, “Aumente seu conhecimento”, “Ganhe dinheiro” são alguns exemplos.
  • Desejo: aqui a ideia é despertar o desejo através da combinação dos benefícios com senso de urgência: “Melhore sua vida imediatamente”, “Aumente seu conhecimento em poucas horas”, “Ganhe mais dinheiro em 1 semana”.
  • Ação: convide o leitor a ler, curtir e compartilhar o conhecimento. Inclua algo como: “Clique aqui e descubra”. Esta é a fórmula perfeita para conseguir a atenção desejada.

2) Deixe sempre claro para seu público que ele é único, especial, que o conhecimento que você compartilha será excelente para sua vida

3) O título tem a função também de informar que sua empresa é referência em determinado assunto “Saiba agora”, por exemplo, passa a imagem de que quem está comunicando detém deste conhecimento e faz questão de compartilhar para a sociedade algo que é de suma importância.

4) Seja diferente. Não tenha medo de ser esquisito. Às vezes, um título “estranho” pode chamar ainda mais a atenção no meio de mensagens que já estamos acostumados a ver.

5) Listas. Está comprovado: listas e números nos títulos ganham a preferência de qualquer público. “10 motivos”, “7 Dicas”, “3 passos” tem muito mais audiência e aceitação.

6) Utilize palavras-chave. Não é para ser mecânico! Se houver a possibilidade de incluir também no título palavras-chave de seu texto, é uma excelente maneira de SEO, além de ser uma forma atraente e inteligente de chamar a atenção.

Estas dicas te ajudarão a aumentar as chances de seu público ter o interesse sobre determinado artigo publicado. Mas, tão importante quanto, inclua na mensagem o quanto sua empresa se envolve com seus clientes, que fazem questão de fazer parte de seu universo, de solucionar sempre seus problemas, de estar próximo nas dificuldades. Mesmo se sua estratégia for B2B, seu público, seja ele qual for, são seres humanos que gostam e precisam ser tratados como tal. Quanto mais “íntimos” os títulos e as mensagens forem, a empatia será maior e as chances de notoriedade aumentarão.

Empresas Brasileiras Que Praticam o Marketing de Conteúdo

A relação empresa / cliente já está totalmente diferente de cinco (5) anos atrás. Antes, sem o foco evidenciado no digital, os colaboradores e empresários estavam mais presentes fisicamente, faziam mais telefonemas e o número de visitas pessoais eram maiores. Com o avanço da tecnologia, o envio de e-mails e mensagens virtuais superou a presença física. Para equilibrar esta relação e não esfriar o contato, é preciso planejamento e superar as expectativas com conteúdo inteligente, criativo e informativo para os blogs e redes sociais, já que estas ferramentas são atualmente os maiores canais de comunicação com seu cliente. Para entender na prática a importância e relevância do assunto alguns dados:

  • Mais de 90% dos profissionais que atuam B2B usarão estratégia de marketing.
  • 82% das empresas pretendem investir mais dinheiro neste tema em 2014;
  • O blog corporativo será a tática de marketing mais utilizada este ano.
  • 87% das empresas se envolvem com seu público nas mídias sociais; • Quase 90% disseram usar mídias sociais para se conectar com seus clientes.

As estatísticas mostram que o mundo corporativo precisa estar conectado para entregar mais valor ao cliente, estreitar o relacionamento e compartilhar seu conhecimento. Conheça agora como algumas empresas brasileiras estão trabalhando o Marketing de Conteúdo para ganhar leads qualificados e fidelizar os clientes já existentes:

1) PETROBRAS: Com mais de 1 milhão de fãs em sua fanpage, a empresa posta de 2 a 3 conteúdos diários, normalmente com um breve texto na descrição e uma imagem atrativa (na maioria das vezes com link para o blog corporativo (intitulado como “Fatos e Dados”). O blog é um espaço para diálogo e transparência sobre fatos e dados recentes da Petrobras. Nos últimos meses, um dos posts mais compartilhados foi do Grifo04, um supercomputador que utiliza programas para a geração de imagens das bacias sedimentares.

Ou seja, um assunto institucional gerou mais audiência do que novidades dos carros da Fórmula 1, um dos posts de notícias externas que a empresa divulgou. Isso nos remete à importância da divulgação dos conhecimentos e conquistas corporativas para seu público poder comentar, curtir e compartilhar. A empresa utiliza também os canais Twitter, Google Plus, LinkedInd, Youtube e Instagram.

2) PÃO DE AÇÚCAR: A empresa explora a força das redes sociais para criar empatia com os consumidores, divulgando os produtos de uma forma criativa. “Vai ser difícil tomar só uma taça” com a foto de garrafas de vinho e um aperitivo de carnes, chama a atenção do leitor, que fica com água na boca. O texto na descrição, fala um pouco mais sobre a delícia de se tomar um vinho e, naturalmente, faz um convite a todos para comprarem suas garrafas no Pão de Açúcar.

Além disso, temas como feriados e datas comemorativas, prática de esportes e dicas diversas fazem parte de suas redes sociais. Sustentabilidade, reciclagem e saúde são temas sempre presentes no blog do supermercado, que enfatiza as ações da empresa, os números e notícias de cada segmento.

3) MRV: A construtora posta diariamente mais de 5 posts no Facebook com dicas de decoração, imóveis à venda e aluguel disponíveis, dicas de limpeza para casa, eventos que participam, etc. Para empresas com alto número de críticas, é fundamental a participação em redes sociais para estreitar o relacionamento com o público. Uma dica importante, que a MRV pratica, é responder a todas as dúvidas e críticas de uma forma profissional, sempre com foco na resolução do problema.

A empresa possui um canal de vendas exclusivo no Facebook, que atende de prontidão os clientes interessados. Todas as dicas têm link para o blog da MRV, que possui uma linguagem informal e divulga notícias e novidades do mercado imobiliário, lançamentos, hotsites e campanhas promocionais conquistando assim, a empatia de seus visitantes. A construtora está presente em praticamente todas as redes sociais: FlickR, LinkedIn, Pinterest, Slideshare, Twitter, Youtube, Google Plus e Facebook.

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O Poder das Cores no Marketing de Conteúdo

De Que Forma a Cor Atinge as Emoções das Pessoas? Como Traçar a Estratégia Perfeita Para Cada Público e Conseguir Sua Atenção? Além das Cores, o Que Faz Um Conteúdo Ser Realmente Bom?

Por que a Psicologia das Cores é tão importante para quem faz Marketing Digital? Alguns especialistas acreditam que as cores possam influenciar o tempo de permanência e as ações de uma pessoa quando ela chega em um site e, em outas palavras, eles afirmam que saber escolher as cores certas pode ajudá-lo a vender mais. Então, ao elaborar o planejamento para que sua empresa surpreenda nas ações na web, é preciso elencar diversos detalhes: qual tipologia utilizar, imagens que se destacam e causam impacto, conteúdo inteligente e atrativo e, não menos importante a escolha da cor perfeita.

A cor atinge as emoções de cada pessoa e é extremamente importante na transmissão de conteúdos e inclusive no processo de vendas. E este detalhe importante muitas vezes passa despercebido em seu planejamento. O ser humano é extremamente visual. Isso pode ser observado claramente nos posts com maior audiência no Facebook. Quando a empresa publica algo com uma imagem que não chame tanta atenção e com muito conteúdo, sem dúvidas o interesse das pessoas será baixo. Agora, se esta mesma empresa escolhe uma boa imagem com as cores ideais para a mensagem que quer transmitir – aliada a um texto coerente e inteligente – é certo que o sucesso deste post será maior.

Uma pesquisa concluiu existirem fatores que influenciam como e o que os consumidores compram e um deles é a escolha da cor. Ao lançar um produto, por exemplo, é crucial considerar que os consumidores dão mais importância ao visual e cor do produto do que outros fatores. Se sua empresa se encontra neste cenário, use e abuse dessas cores para ilustrar seus posts nas redes sociais. Se existe mais de uma cor neste novo produto, trabalhe com uma delas para evidenciar seus benefícios e as outras para mostrar suas principais características. Para os pesquisadores, as cores aumentam o reconhecimento de uma marca em 80% e isto se relaciona diretamente à confiança do consumidor.  (https://www.kissmetrics.io/ )

Assim que sua marca tiver certo know-how em seu mercado, utilize sua cor principal nas campanhas institucionais. Seus clientes farão a ligação automaticamente com a cor e sua empresa. Isso eleva a simpatia com a sua marca. Ao desenvolver o conteúdo para seu blog, procure imagens que utilizam elementos dessas cores ou coloque-a nos títulos que falam diretamente sobre sua empresa. O poder das cores é tão incrível devido a habilidade única de atrair tipos específicos de consumidores e mudar o comportamento de compra. Veremos abaixo como traçar a estratégia perfeita para cada tipo de público e conseguir a atenção almejada:

  • Consumidores Impulsivos. Se sua empresa for do ramo de fast food, lojas de outlet ou de liquidações, ou seja, de corporações que oferecem algo rápido, imediato, com maior rapidez, as cores que mais os atraem são o laranja, vermelho, preto e o azul royal.
  • Consumidores Com Orçamento Controlado: Muito utilizado em lojas de departamento e bancos, as cores para chamar a atenção desse tipo de público que pensa antes de efetivar a compra são o azul marinho e o verde-água.
  • Consumidores Tradicionais: Esses se identificam com o pink e com as cores em tons mais claros.

Você já percebeu o quanto as empresas estão investindo em posts e ilustrações de seus textos com cores vibrantes e chamativas? Em meio a tantas mensagens e informações em sua rede social, ao incluir uma cor alegre que mexa com a emoção das pessoas, automaticamente nossos olhos focam neste conteúdo. A dica é, se você possui uma empresa que oferece um leque de serviços/produtos, experimente categorizá-los com cores. Sempre que divulgar cada tipo de produto, utilize a mesma cor e verifique resultados.

Seu público fará o link da cor com os benefícios que este produto lhe traz e as chances de novas compras e empatia com a sua marca aumentará. Ou, se sua empresa é somente de um ramo específico, ilustre cada vantagem por uma cor. Isso conseguirá dar mais ênfase na mensagem que quer passar e passará mais organização e profissionalismo de sua empresa. Mas qual cor utilizar?

  • Amarelo: Passa otimismo, juventude, calor.
  • Vermelho: Senso de urgência, energia, vitalidade.
  • Laranja: Ousado, sugere tomada de decisão rápida e imediata.
  • Rosa: romantismo, delicadeza, sutileza.
  • Azul: segurança, credibilidade, confiança.
  • Verde: bem-estar, saúde.
  • Preto: luxo, elegância, poder e precisão.

Existe um conjunto de fatores que influenciam o comportamento do consumidor além da escolha das cores adequadas ao público e objetivo da empresa. Para os internautas, o design (aqui, além do visual, inclui-se a navegação e organização ruim de um site, por exemplo), palavras que chamam a atenção (provoque e instigue seu público) e a conveniência (velocidade e eficiência) afetam a necessidade de compra também. Alie criatividade no visual com inteligência no conteúdo e garanta mais pessoas interessadas em sua marca, e, principalmente mais reputação e boas vendas para sua empresa.

Seis Formas de Engajar Com Conteúdo

O engajamento vem do conteúdo. E qual é o conselho mais básico sobre conteúdo? Crie um bom conteúdo. Mas o que é exatamente isso? O que faz ele ser realmente bom?

1. Relevância, Pontualidade e Contexto:

O que você está postando precisa ser significativo para seu público-alvo. Se a sua ONG trabalha contra o tráfico humano, então é provável que seu público queira informações relevantes sobre o assunto. E se isso cria laços com alguma notícia atual ou viral, melhor ainda. Isso não significa que você não possa postar um conteúdo que tem pouco ou nada a ver com a sua missão, mas se o seu conteúdo é sobre algo que a sua comunidade tem interesse, com a legenda certa, até mesmo um meme pode comunicar a sua mensagem.

2. Informar, Divertir ou Tocar

Informar poderia descrever o que aquela sua ONG, do exemplo acima, compra com doações ou como os dados estão sendo usados para encontrar as pessoas que precisam de sua ajuda. Você pode mudar isso com um conteúdo que aborda algo semelhante, mas faça isso dando ênfase em encontrar o humor em situações problemáticas ou de fazer as lutas envolvidas mais reais e assim criar empatia. Mantenha a mistura vitaminada para que sua comunidade possa encontrar algo em sua timeline que agrada a eles.

3. Apresentação

Estude suas palavras, mesmo que a plataforma permita que você escreva muito. Menos é mais. Escreva a primeira frase com o intuito de chamar a atenção. Tenha cuidado com a gramática e pontuação. Se você estiver usando uma plataforma que permite hashtags, use-as separadas do texto – um post é mais difícil de ler quando cada palavra do título ou descrição tem # na frente dele.

4. Audiovisual

Se as selfies nos ensinaram alguma coisa, é que as pessoas adoram imagens. E plataformas como Twitter tornaram o seu compartilhamento mais fácil do que nunca. Ainda assim, uma inclusão ocasional de um áudio irá proporcionar variedade ao seu fluxo de conteúdo. Podcasts, gifs animados, Slideshares ou gráficos com narração e vídeo são formas diferentes de se envolver com a sua comunidade e dar um novo ar às suas mensagens. Então, misture imagens ao seu conteúdo. Isso pode fazer toda a diferença

5. Peça Para as Pessoas Comentarem

Sempre pense no seu conteúdo tendo em mente a ideia de convidar as pessoas para comentar ou colaborar. Esta é a forma mais básica do engajamento. Se você consegue fazer isso, vender algo em seu conteúdo vai ser muito mais fácil. O importante é ter o objetivo claro. Perguntas como “você faria isso? ”, ou “como é que você conseguiu? ” sempre foram boas, mas você ainda pode usar hashtags para um comentário informal ou mesmo uma piada.

Além disso, como o exemplo acima indica, usar hashtags para expressar emoções pode levar ao engajamento porque são nossas emoções que nos envolvem e nos fazem comunicar. O bom conteúdo começa com uma boa ideia. O que você procura fazer é traduzir sua missão em uma conversa de fácil compreensão. E assim como você não iria poupar seus sentimentos quando fala com um amigo, você deve mantê-los em suas comunicações sociais.

6. O Sexto Ponto O sexto (6º) ponto não é algo que você posa incluir no seu conteúdo, pois, na verdade, trata-se de uma resposta. Muitas vezes nos concentramos no que podemos dizer ao invés de ouvir. Para realmente promover o engajamento em suas contas de mídia social, preste atenção no que está inserido nelas. E responda. Mesmo que você não diga nada mais profundo do que “amei isso” ou “rs” você está se conectando com alguém e que irá incentivá-lo a voltar e se conectar.

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Introdução ao Estudo da Economia Como Uma Ciência

Onde Surgiram as Primeiras Atividades Econômicas? Quando a Economia Despontou Como Ciência? Por Que Alguns Setores da Economia Crescem Mais do Que Outros? O Que Significa Déficit Governamental?

Por volta de 4000 a. C. o homem descobriu a agricultura, formando assim as primeiras civilizações e, consequentemente, passou a ter uma vida mais sedentária. Essas primeiras civilizações se formaram em torno de grandes rios: a Mesopotâmia que estava ligada aos Rios Tigre e Eufrates, o Egito, ligado ao rio Nilo, a Índia ao rio Indo e a China ao rio Amarelo. Mas, foi no Oriente Médio que tiveram início as civilizações e, tempos depois, foram se desenvolvendo no Oriente outras civilizações que, sem contar com o poder fertilizante dos grandes rios, ganharam características diversas. As pastoris, como a dos hebreus, ou as mercantis, como a dos fenícios. Cada um desses povos teve, além de uma rica história interna, longas e muitas vezes conflituosas relações com os demais.

Pode-se dizer que na Mesopotâmia já existiam transações econômicas, pois essa civilização é considerada uma das mais antigas da história. Ocupada entre 4.000 a.C. e 539 a.C. por uma série de povos que formaram a nação mesopotâmica, a estreita faixa de terra localizava-se entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio – onde atualmente é o Iraque. Por sua disponibilidade de terras, grande parte de sua riqueza era movida pelas atividades agrícolas. Embora já existissem naquela época atividades comerciais e, portanto, econômicas, ainda não se falava sobre a Economia como Ciência. Já na Renascença, por volta dos séculos XV e XVI, era quase impossível a emergência da Economia como campo específico de estudo, tendo em vista a dominação do Estado e da Igreja, a força dos costumes e as crenças religiosas e filosóficas, além de limitada da atividade econômica.

Vários foram os problemas vividos pelas sociedades antigas e, certamente, em todas as épocas da História universal dessas pequenas comunidades, todas procuraram resolver de alguma forma seus problemas de natureza econômica. Porém, os registros históricos de estudos da economia vistos como conjunto sistematizado de conhecimento são relativamente recentes.

Somente a partir do século XVIII é que a Economia despontou como Ciência e, a partir da Revolução Industrial (final do século XIX) com o motor de combustão interna e a geração de energia elétrica, o progresso econômico foi intenso. Nas últimas décadas do século XX, seu estudo ganhou novo e inesperado impulso. Após os conflitos evidenciados nos períodos de guerras (a primeira entre 1914 e 1918 e a segunda entre 1939 e 1945), os estudos da época tinham foco em como conseguir rapidamente o equilíbrio econômico das nações, pois havia uma grande massa de desempregados.

Mas, se já fazíamos transações econômicas em nosso dia a dia, por que falar da Economia como Ciência? Em um grupo formado por várias pessoas, podemos dizer que cada uma delas age de forma diferente diante de um problema econômico. Contudo, ao ocupar um cargo de responsabilidade em uma empresa ou na administração pública, essas pessoas precisam ir além da subjetividade, ou seja, necessitarão de conhecimentos teóricos mais sólidos para poder analisar os problemas econômicos no contexto organizacional.  

Questões Econômicas Mais Relevantes

  • Aumento de Preços: Os aumentos de preços se justificam em função da existência de inflação. Quando há inflação nas economias, o ajuste de preços ocorre em função da falta de credibilidade do empresário em relação à estabilidade da economia. Na verdade, não ocorre equilíbrio entre oferta e procura.
  • Períodos de Crise Econômica: Pode-se dizer que há uma relação direta entre os períodos de crise econômica com o montante que os governos gastam dos recursos que têm a sua disposição. Quando se gasta mais do que o disponível, é gerado um desequilíbrio nas contas dos governos, levando o país a enfrentar crises. A consequência é a elevada carga tributária, o que ajuda a reduzir o consumo da sociedade, provocando menor produção e mais desemprego.
  • Desemprego: tem forte relação com os setores produtivos e, estes, dependem do poder aquisitivo dos consumidores para decidirem o volume que será produzido. Portanto, o ideal é que haja crescimento econômico de forma a utilizar a plena capacidade produtiva disponível, ou seja, direcionar a economia ao pleno emprego dos recursos.
  • Setores Que Crescem Mais Que Outros: Atualmente observa-se que alguns setores crescem mais do que outros, como por exemplo a indústria automobilística, que buscou investir de maneira acentuada na aceleração do crescimento e desenvolvimento tecnológico para que pudesse atender à exigência do consumidor ao buscar pelo conforto, pelo prazer e pela satisfação pessoal. Ou negativamente, a indústria de Bens de Capital, que para vender uma nova máquina, depende de os consumidores comprarem mais do que têm comprado.
  • Diferenças Salariais: Desde a formação da sociedade brasileira, evidenciamos que os grandes centros pagam mais pelo trabalho do que as regiões que acusam menor índice de desenvolvimento e crescimento econômico. Tal colocação nos levará a entender a questão do “custo de vida” que tanto ouvimos falar. Isso se deve à realidade que nas capitais mais desenvolvidas os preços são maiores, em comparação com os centros menos desenvolvidos, o que leva a gastos maiores no primeiro em relação ao segundo.
  • Crises no Balanço de Pagamentos: Em uma economia globalizada os acordos econômicos são feitos de maneira equilibrada; ou seja, não está previsto a determinado país exportar mais do que importará deste país. Quando esse “Balanço de Pagamentos” está em desequilíbrio, ou seja, há mais importação (compra) do que exportações (venda), dizemos que há crise no balanço de pagamentos.
  • Valorização (ou Desvalorização) na Taxa de Câmbio: O dólar é o parâmetro para comparação entre as moedas mundiais, por ser considerada uma moeda forte e estável. Quando existe algum aumento do dólar os exportadores acham bom, pois isso torna o produto brasileiro mais competitivo.
  • Ociosidade em Alguns Setores da Atividade: Vários são os fatores que determinam a “atividade”, seja pela melhor maximização dos recursos utilizados, pelo poder aquisitivo dos consumidores, seja pela necessidade de o patrão aumentar seus preços ou pela concorrência acirrada em função da necessidade de sobrevivência. Enfim, os setores econômicos sempre serão influenciados pelas decisões dos consumidores, dos empresários (produtores) ou pelo governo como mediador.
  • Taxas de Juros: Taxa de juros como o custo do dinheiro em um determinado tempo. Em palavras mais simples, quanto custa obter recurso (dinheiro) de alguém? Esse custo é explicado pela taxa de juros. No Brasil, a taxa de juros ainda é um fator que restringe o crédito ou a busca por tal dinheiro. Devemos entender que todo consumidor, ao obter dinheiro, é conduzido ao consumo. Tal procedimento faz com que o detentor do capital, percebendo mais dinheiro na Economia, eleve seus preços provocando o aumento dos índices de inflação. Então, a taxa de juros passa a ser uma ferramenta de controle, coibindo tal procedimento. ([1])
  • Déficit Governamental: Tem forte relação com a questão da dívida externa, uma vez que essa tem fundamento na ação do governo de utilizar recursos oriundos de economias estrangeiras passando a dever para estes.
  • Elevação de Impostos e Tarifas Públicas: Devemos nos lembrar que, para movimentar a “máquina pública”, o governo necessita de recursos, ou seja, o dinheiro que movimenta tal máquina é originado pelo pagamento de impostos e tributos. Quando o governo arrecada mais do que consome, há um aumento em impostos e tarifas.

Conforme Mochón (2007), os impostos são instrumentos fundamentais da política econômica. A incidência de um imposto mede a maneira como se divide a carga do imposto entre os participantes do mercado. Os impostos reduzem a renda privada e o gasto privado e, ao mesmo tempo, são fontes de recursos para o gasto público. Conforme temos evidenciado, o governo também se usa do advento do imposto para alavancar determinados setores econômicos, como o foi em certos momentos, quando da redução da alíquota do IPI para incentivar o aumento da venda de automóveis.

REFERÊNCIAS

  MOCHÓN, F. Princípios de economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. PASSOS, C. R. M; NOGAMI, O. Princípios de economia. 5. ed. ver. São Paulo: Cengage Learning, 2008. ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

([1])  MOCHÓN, F. Princípios de economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007

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Algumas Características da Função Logística

Como Era a Logística Empresarial Antes de 1950? Como Evoluiu a Logística Empresarial? Como Conseguir Vantagem Competitiva Através da Logística?
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Após a Revolução Industrial as primeiras manufaturas já se deparavam com questões complexas como aquisição de matérias-primas, planejamento de produção e distribuição física de seus produtos e, por esse motivo, as modernas organizações não deveriam considerar a Logística Empresarial como sendo algo inovador.
Entretanto, o reconhecimento da necessidade de estruturação desta função nas empresas é um tema bem atual, pois as organizações militares foram a primeira forma de organização humana a considerar a importância do planejamento em níveis estratégicos, táticos e operacionais da função logística.
Sob o comando de Napoleão Bonaparte, seus soldados foram mortos na Rússia (1812) em sua maioria por inanição e frio, pois em vez de desferir golpes de baioneta o exército inimigo limitava-se a queimar plantações e impedir o acesso dos franceses a comida e abrigo.
Desde então, o planejamento de suprimentos vem sendo vital para o sucesso das operações militares. Ainda hoje, com a sofisticação das práticas militares, as grandes potências armadas são capazes de deslocar verdadeiros arsenais através de milhares de quilômetros e tem formalizada e prestigiada, a função logística em sua organização.
Antes de 1950, a função Logística nas organizações estava totalmente indefinida e os conflitos de gerenciamento eram inevitáveis, pois as empresas fragmentavam a administração das atividades-chaves da Logística.
Ou seja, o transporte era encontrado sob o comando gerencial da produção e o processamento de pedidos – por exemplo – era controlado pela área de finanças ou de vendas. Isso resultava em conflito de objetivos e de responsabilidades para as atividades logísticas.
Dessa forma, foi somente após a década de 50 que as organizações começaram a perceber a necessidade de desenvolver operações desde a concepção até a venda de seus produtos. Diante disso, a administração da cadeia de suprimentos de uma empresa passou a ser a definição mais moderna do papel desta importante função.
Vale ressaltar que as evoluções na tecnologia da informação, nas telecomunicações e a crescente disponibilidade de computação a um baixo custo, foram importantes catalisadores, desta onda de transformações vivida na Logística Empresarial: _ a integração das cadeias de suprimento.
Nesta cadeia formada por uma sucessão de clientes e fornecedores há um fluxo contínuo de materiais e informações, visando o atendimento das demandas do mercado consumidor final.
Atualmente, a palavra de ordem entre os gestores empresariais é a continuada busca pela criação e pela manutenção da vantagem competitiva, a qual é uma medida dinâmica e relativa da sua capacidade de satisfazer, superando as expectativas de seus clientes de forma eficaz, garantido assim lucros progressivos e uma crescente valorização do negócio.
Portanto, para o sucesso de uma organização é preciso o conhecimento do modelo de expectativas do mercado e, em última instância, o seu atendimento, diminuindo ao máximo, a lacuna existente entre o que é entregue e o que é demandado.
Em um ambiente de grande competição e fronteiras cada vez mais distantes, as empresas percebem que muitas expectativas de seus clientes – tais como prazo de entrega, prazo de validade e disponibilidade imediata de mercadorias – estavam intimamente ligadas à qualidade dos seus serviços logísticos.
Em nosso país – que apresenta carência de condições infra-estruturais, como estradas e portos e uma economia que ainda inspira certos cuidados – as empresas operam como em um jogo de xadrez, onde as peças são produtos, matérias primas, informações e recursos. Portanto, a empresa que melhor conseguir mover suas peças neste enorme tabuleiro, poderá marcar pontos sob forma de lucros para seus acionistas.

Noções Básicas do Direito Empresarial e a Teoria da Empresa

O Que Provocou o Surgimento do Direito Empresarial? Por Que o Código Civil Não se Preocupa em Conceituar o Termo “Empresa”? Como a Teoria da Empresa se Consolidou?

Para muitos, o Direito Comercial e o Direito Empresarial são sinônimos; ou seja, trata-se de um mesmo ramo do Direito. Entretanto, não se pode concebê-los como iguais, pois o Direito Comercial é tido como o princípio da “Teoria dos Atos de Comércio” e, foi somente após o surgimento da Teoria da Empresa, em meados do século XX, que surgiu o chamado Direito Empresarial, com um entendimento mais completo para abarcar a atividade comercial como um todo ([1]). O Direito Empresarial não se preocupa unicamente com a mercancia e troca de mercadorias, mas com toda e qualquer forma de atividade organizada que vise ao ganho de capital.

Houve não apenas a divisão entre o Direito Comercial e o Empresarial, mas, acima de tudo, uma alteração nos paradigmas e entendimentos enquanto ramificações do Direito. Nesse passo, o Direito Empresarial preocupa-se – principalmente – em basear sua atuação e defesa sobre a atividade econômica organizada, seja no comércio, indústria ou nos serviços. Sendo assim, todos os que exercem alguma prática empresarial são empresários e, portanto, sujeitos do Direito Empresarial. Dessa forma, pode-se dizer que o Direito Empresarial abrange todas as esferas do ramo, o que inclui não só as empresas – enquanto organizações formais – mas, em uma percepção integral, inclui qualquer ação mercantil.

Sabe-se que a empresa é um ente fictício do mundo jurídico que adquire personalidade para que possa desempenhar seus objetivos e, por esse motivo, é uma atividade e não um sujeito de direitos e deveres. Se analisarmos o Código Civil de 2002, veremos que o texto não se preocupa em conceituar o termo empresa, limitando-se a tratar unicamente da organização dos dispositivos que são utilizados pelo intérprete para o entendimento e aplicação das leis. Diante dessa omissão legislativa do conceito, pode-se apontar a seguinte concepção: – uma empresa pressupõe uma atividade organizada e não um sujeito acobertado de direitos personificados.

A Teoria da Empresa

A teoria que rege a atividade empresarial consolidou-se por meio do Código Comercial italiano, em meados do século XX. Os pontos de vista sobre os negócios empresariais até então tinham respaldo na Teoria dos Atos de Comércio, que abrangia especificamente atividades de mercancia ([2]). A Teoria da Empresa, mais completa, abarca a maioria das práticas econômicas, seja no comércio, na produção ou na prestação de serviços (TOMAZETTE, 2016). A Teoria dos Atos de Comércio não se preocupava com algumas ocupações, ligadas, por exemplo, à questão da mineração e até mesmo ao campo agropecuário, daí a necessidade de se pensar em algo que não se restringisse a cuidar da comercialização de produtos.

Não era necessário apenas expandir o alcance das regras comerciais. Era preciso pensar na caracterização do Direito Comercial sem vínculo pessoal com o titular da ocupação e mais ligado à própria atividade, que poderia ser de qualquer ramo ou tipo. O Direito Empresarial, apoiado na Teoria da Empresa, que discute as questões corporativas, surge então para regular as atividades dos empresários e das sociedades empresárias. Ele vai além da normatização dos atos de comércio, que era a única preocupação de outrora. Para Alberto Asquini (apud NEGRÃO, 2013), o conceito de empresa é baseado em uma visão poliédrica, em que existem os perfis subjetivo, objetivo, funcional e corporativo – ou institucional:

  • A empresa tem perfil subjetivo porque por trás dela está uma pessoa física ou jurídica (no caso das sociedades empresariais) que exerce o seu comando.
  • O perfil objetivo da empresa está relacionado ao aparato de que ela faz uso para o exercício de suas atividades. Esse perfil tem respaldo na Teoria do Estabelecimento Comercial, que entende que bens corpóreos e incorpóreos são instrumentos básicos da vida empresarial.
  • O aspecto funcional da empresa está intimamente ligado à questão prática e diária da vida do empresário. A empresa existe por meio do real exercício da atividade, que se traduz em um conjunto de atos componentes do dia a dia de negócios.
  • A ideia do perfil corporativo ou institucional da empresa coloca em cena os colaboradores (empregados, trabalhadores), os quais dão vida à atividade empresarial, submetendo-se ao regime jurídico da legislação trabalhista.

REFERÊNCIAS

BRASIL Congresso Nacional. Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília: Diário Oficial da União, 11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm&gt;. Acesso em: 31 out. 2018.

______. ______. Lei no 12.441, de 11 de julho de 2011. Altera a Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), para permitir a constituição de empresa individual de responsabilidade limitada. Brasília: Diário Oficial da União, 12 jul. 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2011/lei/l12441.htm>. Acesso em: 31 out. 2018.

CHAGAS, E. E.; LENZA, P. (Coord.). Direito Empresarial esquematizado. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

COELHO, F. U. Curso de direito Comercial: Direito de Empresa. v. 1. São Paulo: Saraiva, 2016.

CONSELHO da Justiça Federal. Jornada de Direito Civil III: Enunciado 195. Brasília: Conselho da Justiça Federal, 2002. Disponível em: <http://www.cjf.jus.br/enunciados/enunciado/375&gt;. Acesso em: 31 out. 2018.

FINKELSTEIN, M. E. (Coord.). Direito Empresarial. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.

NEGRÃO, R. Manual de Direito Comercial de Empresa: Teoria geral da Empresa e Direito Societário. São Paulo: Saraiva, 2013.

REQUIÃO, R. Curso de Direito Comercial. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.TOMAZETTE, M. Curso de Direito Empresarial: teoria geral e direito societário. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2016.


([1]TOMAZETTE, M. Curso de Direito Empresarial: teoria geral e direito societário. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2016. P. 33

([2]Ato, Processo ou Efeito de Mercanciar, de Mercadejar

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