O Japão no Pós-Guerra

Que Reformas Levaram o Japão a se Tornar Uma Grande Economia? Como Ocorreu o Desenvolvimento Industrial Japonês?

 

 

Berlin women work in a 'chain gang' to clear rubble in the war torn city.   (Photo by Fred Ramage/Getty Images)

A derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial, além de deixar um enorme saldo de ruínas acarretou a ocupação do país pelos americanos e, sob a direção do general Mac Arthur, empreenderam-se reformas como a dissolução dos grandes trustes e a reforma agrária, que pôs fim às grandes propriedades.

Outras reformas foram a conversão de 70% do campesinato em pequenos proprietários, a extinção das indústrias bélicas, o desarmamento e a desmilitarização do país e a promulgação da Constituição em 1947 – estabelecendo um regime parlamentarista.

Industrialização japonesaA partir de 1950 o crescimento econômico do Japão foi acelerado e, dentre outras razões, pode-se apontar o grande crescimento demográfico, pois em 1945 e 1965 a população cresceu de 73 para 101 milhões. Isso possibilitou a utilização de numerosa mão de obra a baixo salário, além da ampliação do mercado de consumo interno.

Esse crescimento demográfico vem sendo atenuado devido à métodos de controle da natalidade e à legalização do aborto, adotados por imposição americana.

Outra razão do “boom” nipônico foi a importância da tecnologia estrangeira, particularmente para as indústrias químicas, elétricas e fabricação de máquinas. E graças a isso o país compensou o atraso verificado com a guerra, quando as técnicas se voltaram para as indústrias bélicas.

Industrialização Japonesa1Além do mais, na reconstrução industrial aplicou-se a tecnologia mais avançada o que possibilitou elevado ritmo de produção.

Fator igualmente importante foi o maciço investimento de capitais na produção como créditos estaduais, incentivos fiscais ou capitais americanos (ajuda na guerra contra a Coréia e Vietnã).

O fato de o Japão ter-se convertido na principal base de operações das forças americanas na Coréia, levou muitas empresas a estabelecer subsidiárias no país (ou associar-se às indústrias japonesas) a fim de atender às demandas de material para a guerra.

A manutenção de uma balança comercial favorável também explica o desenvolvimento japonês que, embora carente de matérias primas como carvão, petróleo, ferro e algodão, acabou reduzindo seus gastos com a importação de alimentos devido à reforma agrária.

Em contrapartida, a exportação de produtos industrializados vem aumentando continuamente, pois conta com uma das maiores frotas mercante do mundo.

Ainda que transformado em importante peça do esquema militar americano na Ásia, os japoneses resistiram a política de treinamento em grande escala. Essa recusa favoreceu o desenvolvimento econômico – que não se viu limitado pelo desvio de verbas para gastos militares – de ampliar os orçamentos para a educação, o que permitiu a melhoria profissional da sua mão de obra.

Industrialização Japonesa 2Buscando reforçar sua posição, o capitalismo japonês investiu grandes somas de capitais no exterior – inclusive nos Estados Unidos –, embora na década de 80 tenha se evidenciado certo conflito comercial com os americanos.

A política protecionista e a existência de uma balança comercial desfavorável aos americanos provocaram protestos do presidente Ronald Reagan, o qual proibiu a importação de vários produtos japoneses.

As pressões americanas em favor da abertura do mercado japonês, a criação de cooperações econômicas (APEC, NAFTA e outras) e a crescente demanda americana para que o Japão se orientasse para a Ásia levaram o país a se tornar a segunda maior economia do mundo (dados de 2006).

 

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