O Sistema de Gestão Econômica nas Organizações

Que Elementos Compõem um Sistema de Gestão Econômica? Quais São os Cinco Pressupostos Básicos Que Suportam o Sistema de Gestão Econômica nas Organizações?

 O Sistema de Gestão Econômica (GECON) é um modelo gerencial composto por um sistema de gestão e um sistema de informações, o qual visa subsidiar os gestores para o processo decisório. De origem brasileira, esse modelo teve os estudos iniciados no final da década de 1970 por diversos pesquisadores. Naquela época, os modelos de avaliação de desempenho e sistemas de informações gerenciais não estavam adequados às necessidades do mercado altamente competitivo e globalizado, conforme discutido anteriormente.

Dessa forma, o sistema de gestão econômica (GECON) pode ser entendido como um modelo gerencial de administração por resultados econômicos corretamente mensurados. Esse modelo reúne conceitos integrados dentro de um enfoque holístico e sistêmico, para a eficácia empresarial, e compreende basicamente os seguintes elementos integrados: um modelo de gestão, mensuração e informação do resultado econômico, apoiados por um sistema de informações para avaliação econômico-financeira.

No modelo GECON os gestores tomam decisões relacionadas ao resultado econômico (lucro) mensurado, na busca da continuidade e sobrevivência da organização para o cumprimento de sua missão. Esse modelo é composto dos seguintes elementos:

  • Modelo de Gestão
  • Sistema de Gestão
  • Modelo de Decisão
  • Modelo de Mensuração
  • Modelo de Informação
  • Sistema de Informação e Avaliação Econômico-Financeiro

De acordo com SANTOS ([1]), pelo modelo, cada gestor assume o papel de “dono” de sua área de responsabilidade, como se esta fosse uma miniempresa dentro da organização sempre atendendo o princípio da controlabilidade que atribui a ele a gestão organizacional, econômica, financeira e patrimonial de seu centro de resultado. Assim, o modelo propicia que os gestores possam tomar decisões, otimizando os resultados pelo lado dos custos e, além disso, escolher alternativas de decisão que levem em consideração volumes, otimização do mix de produtos e serviços, prazos operacionais, prazos de estocagem, utilização eficiente de recursos, prazos operacionais de entrega e recebimento, prazos financeiros de pagamentos, recebimentos, etc. Mas, para atingir seu objetivo o GECON necessita de alguns modelos como formas de integração do sistema todo, são eles:

  • Gestão: compreendendo o conjunto de princípios, crenças e valores que orientam o processo decisório;
  • Decisão: são as ações efetuadas pelos gestores da entidade;
  • Mensuração do resultado: relativo ao processo de mensuração física e monetária das ações planejadas e realizadas pela entidade. É a partir dele que a entidade poderá ter acesso ao lucro econômico, que é a principal medida de desempenho do GECON;
  • Informação: que congrega todos os processos que a entidade utiliza para produzir as informações.

Mais adiante, partindo do pressuposto que o resultado econômico representa o incremento da riqueza da empresa, de seu patrimônio – ou de seu valor – estes devem ser corretamente mensurados. Para estruturar o sistema de forma que possibilite a mensuração do resultado econômico, com consequente avaliação do desempenho da entidade, o GECON é suportado por cinco (5) pressupostos básicos ([2]):

  • Medida de eficácia da empresa é importante para que os gestores avaliem a continuidade da empresa, tendo o lucro como a melhor medida. Então o GECON se propõe a mensurar o resultado da melhor forma para atender a essa necessidade;
  • O processo de geração de lucro é uma informação sobremaneira importante, pois é preciso conhecer onde o lucro é formado e não apenas onde os custos são formados, subsidiando decisões de qual setor terceirizar;
  • A responsabilidade pela geração de lucro é do gestor, esse princípio do GECON dá informações sobre o desempenho de cada um desses gestores, com base em sua área de responsabilidade;
  • Como o papel dos gestores é responsabilizar-se pela eficácia organizacional, o GECON permite que os mesmos possam ter informações específicas sobre o seu setor, com base em todos os princípios citados anteriormente, implicando um processo decisório mais eficaz;
  • A informação para a gestão deve ser racional e aplicável ao contexto organizacional; por este motivo, ela não deverá ser limitada gerencialmente pela legislação vigente ou princípios contábeis.

Por fim, o resultado econômico – o lucro – que é a base do modelo GECON, precisa atender aos seguintes requisitos fundamentais. O modelo parte das seguintes premissas:

  • O resultado econômico depende das ações dos gestores;
  • O resultado econômico deve estar corretamente mensurado;
  • O resultado econômico precisa ser otimizado;
  • O resultado econômico precisa ser efetivado.

Assim, pode-se inferir que o resultado econômico dependerá das ações dos gestores pela implementação de um modelo de gestão que assegure a plena utilização das potencialidades dos gestores, cujo objetivo será a otimização do resultado. Esses resultados poderão ser alcançados por meio do estabelecimento de um modelo de decisão para cada evento econômico que torne possível a visualização da alternativa otimizadora de cada decisão pelo resultado corretamente mensurado.


([1])  SANTOS, Roberto Vatan dos. “Abordagens do processo de ensino e aprendizagem”. Revista Integração, Jan/Fev/Mai. 2005, Ano XI, nº 40, p. 19-31.

([2])  MARTINS, Larissa Rodrigues Barcellos; PEREIRA, Lucas de Sant’Anna; ALMEIDA, Luana Maravilha; HORA, Henrique Rego Monteiro; COSTA, Helder Gomes. Estudo sobre escala mais adequada em questionários: um experimento com o modelo de Kano. Vértices, v. 13, n. 1, p. 75-103, jan./abr. 2011

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